A marca Piaggio nasceu em 1884, na cidade de Gênova, Itália, fundada por Rinaldo Piaggio, de apenas 20 anos. Porém, os negócios não incluíam motos. Com a Primeira Grande Guerra (1914 a 1918), passou a produzir componentes para aviões e navios. Em 1921, se estabeleceu em Pontedera, região da Toscana, produzindo motores, peças e hélices para aviões.
Com o início da Segunda Grande Guerra (1939 a 1945), a Piaggio chegou a produzir aviões de quatro motores completos. Porém, por sua importância estratégica, a fábrica foi bombardeada e destruída.
Com o fim da guerra, Enrico Piaggio, filho de Rinaldo Piaggio, assumiu a empresa e redirecionou o foco da marca. Com a economia e as estradas italianas devastadas, percebeu a necessidade de transporte e mobilidade da população. Para suprir esta carência, encomendou à engenharia uma espécie de “Ovo de Colombo”. Uma moto simples, robusta, resistente e econômica, e que também fosse atraente, elegante, confortável e ao mesmo tempo, barata.
Influência da aeronáutica
Foi aí que a experiência aeronáutica, projetando e produzindo peças e aviões, foi decisiva e revolucionária. O engenheiro de aviação Corradino D'ascanio, que curiosamente não gostava de motos, projetou a primeira Vespa, utilizando conceitos aeronáuticos. As rodas eram pequenas (como as do trem de pouso que também haviam sobrado do esforço de guerra). O quadro era compacto e estampado, de peça única, como nas mini motos lançadas dos aviões para deslocamento das tropas, e o motor ligado diretamente à roda traseira, simplificando a tração.
Sem querer, havia inventado a base dos atuais scooters, sucesso de mobilidade em todo o mundo. A primeira Vespa ficou pronta em abril de 1946, produzida na reconstruída fábrica de Pontedera. A Vespa pioneira tinha motor de um cilindro do tipo dois tempos, 98cm³, que produzia 3,5cv a 4.500rpm, câmbio de três marchas, e alcançava velocidade de 60km/h. A Vespa alavancou a marca Piaggio, que se transformou em uma gigante do motociclismo, controlando ainda as marcas Aprilia, Guzzi, Derbi e Gilera, por exemplo.
Ícone de quase 80 anos
A cultuada trajetória da Vespa, um ícone com quase oito décadas, se espalhou pelo mundo, inclusive no Brasil. De lá para cá, porém, foi sendo constantemente modernizada, com dezenas de versões, incluindo até versões de competição, com sidecar, motores do tipo quatro tempos e também elétricos no segmento dos scooters. Para comemorar os 140 anos de fundação da Piaggio, a marca preparou uma edição especial do modelo GTV 300, com as formas clássicas inspiradas em 1946.
Serão apenas 140 unidades (como a idade da Piaggio), com grafismos em azul e branco, cores institucionais da marca. Cada exemplar recebe uma placa numerada no verso do escudo frontal, além do logotipo de 140 anos. O modelo só estará disponível entre os dias 18 e 21 de abril, durante o Vespa World Days 2024, que acontece anualmente exatamente em Pontedera, para celebrar o venerado avô dos scooters contemporâneos. O evento atrai participantes de cerca de 66 países.
A Vespa Piaggio 140Th também pode ser equipada com bolsa traseira em couro com o logotipo e para-brisa. O modelo comemorativo tem motor de um cilindros HPE (High Performance Engine), 300cm³, com quatro válvulas, refrigeração líquida e câmbio automático CVT, que produz 23,8cv. É o motor mais potente da família de scooters Vespa. A iluminação é em LED, porém, o farol fica no para-lama dianteiro, como na primeira Vespa. O painel é de época, circular, contudo, com informações digitais e conectividade como acessório. Controle de tração e freios ABS são de série.
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