A marca indiana de origem inglesa lançou o modelo custom Royal Enfield Super Meteor 650 em três versões. Fomos a Brasília, com traçado sem esquinas planejado por Lúcio Costa e construções do engenhoso arquiteto Oscar Niemeyer, para conhecer a moto que aporta no mercado nacional, bastante carente neste segmento de tamanho e cilindrada, com boa relação custo/benefício, via preços mais acessíveis.

Rodar pelo plano piloto com suas largas vias e pelas estradas de longas retas do entorno, pelo Distrito Federal, revelou que a Royal Enfield Super Meteor 650 tem mesmo vocação para encarar longas distâncias. Oferece boa dose de conforto, um visual típico dos modelos custom, incluindo peças cromadas e motor de dois cilindros paralelos, que surpreende pelo baixo nível de vibrações.

Como são as versões

A versão de entrada Astral, a intermediária Interstellar e a topo de linha Celestial compartilham o quadro, em tubos de aço com o motor como parte da estrutura. Também usam as mesmas suspensões. Na dianteira, a modernidade do garfo invertido Showa (o primeiro da marca Upside Down) com tubos de 43mm de diâmetro e bons 120mm de curso. Na traseira, o clássico dois amortecedores e molas com 101mm de curso, porém, com regulagens na pré carga para amenizar os trancos.

Os freios são super dimensionados. Na roda dianteira, disco de 320mm de diâmetro com pinça de dois pistões ByBre, subsidiária da Brembo. Na traseira, discão de 300mm de diâmetro, para segurar os rechonchudos 241kg de peso, já abastecida. As rodas também são “modernas” em relação ao estilo custom. São rodas de liga leve com aro de 19 polegadas na dianteira e 16 na traseira, calçados com pneus Ceat indianos sem câmara.

Qual é o preço?

O que difere as versões é o acabamento e a pintura. A Astral tem cores verde, azul e preto, sem faixas e acessórios, A versão Interstellar tem tanque em duas cores, divididos por filetes, realçando o verde ou o cinza. A versão Celestial, no modo Tourer, tem tanque bicolor em vermelho e branco ou prata e cinza.

Também vem equipada com para-brisa e banco em dois níveis em peça única com mini encosto para garupa. Porém, qualquer versão pode ser equipada à parte, com bolsas laterais, protetores de motor, pedaleiras plataforma e espelhos nas pontas do guidão. Todas as versões já têm o frete incluído. A Astral tem preço sugerido de R$ 33.990. A versão Interstellar, R$ 34.490, e a Celestial, R$ 34.990. Diferença de R$ 1 mil entre o modelo de entrada e a topo de linha. As Royal Enfield Super Meteor 650 também tem de série ajustes nos manetes, cavalete central e tomada USB.

Acelerando a Royal Enfield Super Meteor 650

Nos modelos custom, o peso não é tão importante. A não ser para acionar o descanso central, que por sua vez é incomum neste tipo de moto. Muitas peças são mais parrudas, de “lata” mesmo, em vez de plástico mais leve. Outro fator que anula o ponteiro da balança é a altura do banco, que fica a 740mm do chão, permitindo apoiar os pés em qualquer situação. Em movimento, a Royal Enfield Super Meteor 650 é amigável e previsível.

Aliás, o triângulo imaginário formado pelo banco, pedaleiras e guidão tem características ergonômicas versáteis. As pedaleiras ficam avançadas, permitindo esticar as pernas nas estradas. Porém, não tão lá na frente, para igualmente oferecer conforto no “pare e siga” das cidades. O assento, quase em cima dos amortecedores, e o guidão mais alto completam a posição mais relaxada de pilotagem. Típicas das custom cruiser.

Motor bicilíndrico

O robusto motor Twin, do tipo SOHC (comando simples), refrigerado a ar, com 648cm³ e radiador de óleo, fornece 47cv a 7.250rpm e torque de 5,3kgfm a 5.650rpm, acoplado a um câmbio de seis velocidades. Esta combinação entre torque e câmbio permite boas retomadas, porém, também exige mais trabalho na pilotagem. Este mesmo motor bicilíndrico equipa os modelos Interceptor e Continental GT, de outros segmentos, formando uma família Twin, que deve continuar crescendo.

Chama atenção também os longos escapes duplos cromados que ecoam um ronco grave e bem agradável. A própria Royal Enfield (uma das marcas mais antigas do planeta) já utilizava motores Twin e escapes cromados na década de 1940, e a nomenclatura Meteor (Meteoro) e Super Meteor 700 na década de 1950. O novo modelo tem inspiração no passado, porém, com tecnologia atual.

Na iluminação, farol redondo em LED. Redondos também são os instrumentos do painel, compondo o estilo vintage. A modernidade fica por conta de uma pequena tela digital no interior do velocímetro e o navegador (tem que ser ativado) Tripper lateral. A Royal Enfield Super Meteor 650, montada em Manaus, vai acelerar a abertura de novas concessionárias e a expansão da marca pelo Brasil.

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