A Honda Pop 110i ES, modelo 2025, chega à sua quinta geração com praticamente o mesmo figurino de 2007, quando foi lançado ainda com motor de 100cm³. No entanto, a parte invisível, composta por seu conjunto mecânico, recebeu profundas modificações. Agora tem partida elétrica, novo motor e o câmbio passa a ser semiautomático, dispensando o manete de embreagem.
A Honda Pop nasceu para ser uma solução de transporte urbano prático e acessível. Ao longo de sua trajetória de quase duas décadas, também virou importante ferramenta de trabalho no trânsito e no delivery, exatamente por sua simplicidade, agilidade e robustez. Então, para quem roda direto, reduzir o esforço com a mordomia do botãozinho de partida (ES, Electric Starter) e a facilidade de passar as marchas sem ficar “alicatando” o manete da embreagem, pode ser um bom alívio.
Preço competitivo
Por outro lado, o preço também é um fator determinante e crucial para o modelo, que é a primeira moto de dois terços de seus proprietários. A nova Honda Pop 110i ES continua sendo a porta de entrada da marca, com preço sugerido de R$ 9.690 sem frete, porém, com acréscimo de R$ 120 em relação ao modelo anterior ou cerca de 1,25% a mais.
Para conferir a praticidade das modificações e as características de agilidade, rodamos por um dia em um dos seus habitats mais comuns: o caótico trânsito da cidade de São Paulo. De cara, percebe-se um espaçoso e confortável banco, condição básica para quem vai pilotar por longos períodos. O guidão da Honda Pop 110i ES é alto, que lembra o formato da letra U, e tem boa pega e facilita as constantes trocas de direção no trânsito. Porém, briga um pouco com os retrovisores dos carros nos corredores.
Manete sumiu
A grande novidade, porém, está junto às pedaleiras. A alavanca do câmbio de quatro velocidades permite trocar as marchas com a ponta do pé esquerdo ou com o calcanhar, sem ajuda do manete de embreagem, que foi deletado. É a transmissão semiautomática que aciona uma embreagem secundária no momento que o pedal é pressionado, completando a operação de engate das marchas.
Um espanto que não deixa o motor apagar e também é rotativa. Com a quarta marcha engatada, é possível passar para o neutro e depois para a primeira marcha. Muito útil nas paradas e nos semáforos, por exemplo. Mesmo sistema adotado na também urbana Biz. O curioso é que mesmo sem o manete, dá para “debrear” pressionando levemente o pedal. Entretanto, isso não está no manual.
Motor de um cilindro
Outra novidade é o motor, totalmente refeito para atender às mais exigentes normas de emissões do Promot 5, que também exigiu um novo escape com catalisador e recuperação evaporativa. Com um cilindro, do tipo OHC de duas válvulas e injeção eletrônica, tem 109,5cm³ e ganhou a “graça” da partida elétrica. O pedal de partida também foi deletado e nem existe mais.
A fixação do novo motor quase na horizontal exigiu leves alterações no quadro tubular em aço, reduzindo a altura do banco para 745mm (4mm menor), facilitando a operação de embarque e desembarque. O curso do pistão foi ligeiramente aumentado, resultando em um ganho de 5% no torque (fundamental nas retomadas), que atinge 0,94kgfm a 5.000rpm, e mais 6% na potência, que passa para 8,43cv a 7.250rpm. Outro espanto, pois consegue arrancar e andar na frente dos carros no trânsito, deixando a encrenca para trás.
Pilotando
A Honda Pop 110i ES é bastante leve e esguia. Pesa somente 87kg a seco, o que também contribui na sua agilidade. Passa em qualquer fresta de engarrafamento na hora de ligar o ponto A ao ponto B, e agora sai de fábrica com pneus Michelin Pilot Street 2, que transmitem boa sensação de aderência.
As suspensões não fazem milagres, mas aguentam o tranco. Na dianteira, garfo com 100mm de curso. O atrevimento fica por conta do para-lama alto com roda raiada de aro 17 polegadas, para encarar terra se for preciso. Na traseira, duplo amortecedor com 83mm de curso em pequena roda de aro com 14 polegadas.
Quem faz milagre são os freios. Embora com o arcaico e jurássico sistema a tambor de apenas 110mm de diâmetro nas duas rodas, tem o sistema Combined Brake System (CBS). Ao acionar o pedal do freio traseiro, parte da pressão também vai para o freio dianteiro de forma mecânica.
O freio a disco na dianteira seria mais eficiente. Porém, o milagre é frear nas duas rodas, mesmo contra a vontade do piloto. O visual permanece com o mesmo DNA, incluindo as setas sem hastes, “coladas” na carenagem para amenizar danos em eventuais quedas, além do painel somente com o básico. O tanque da Honda Pop 110i ES tem 4,2 litros de capacidade e fica embaixo do banco, criando um vácuo para os joelhos no lugar tradicional. Na decoração, novos grafismos, bengalas e escape pretos.
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