A marca alemã BMW começou sua história produzindo motos em 1923 com o modelo R32. Os carros vieram depois, em 1928. Prestes a completar 100 anos, também comemora os seis anos da fábrica de Manaus, Amazonas, única exclusiva na produção de motos fora da Alemanha. Para comemorar, vai lançar a BMW F 900R em duas versões.
A celebração inclui investimentos de R$ 50 milhões para ampliação da produção em cerca de 25% e lançamento de sete novos modelos para o mercado brasileiro, que já é o sexto em volume mundial da marca, no vácuo do quinto.
Primeiro modelo do pacote de sete que chegarão
A primeira motocicleta desta safra é a naked BMW F 900R em duas versões, a partir de janeiro de 2023. Sport, com preço sugerido de R$ 64.900, e Sport Plus, por R$ 73.500. O modelo F 900R foi lançado no Salão de Milão, Itália, em 2019, e divide o motor e outros componentes com a BMW F 900XR (que também pode vir para o Brasil) e tem um significado interessante.
Desde o lançamento da pioneira R32, há 100 anos, que a BMW usa o prefixo “R” para identificar os tradicionais motores do tipo boxer. Já a letra “F”, no início, indica motores com dois cilindros paralelos, que foram adotados pela primeira vez na história da marca.
O mesmo motor para as duas versões da BMW F 900R
O propulsor de 895cm³ com dois cilindros paralelos e oito válvulas, comum às duas versões, entrega 85cv a 8.500rpm e torque de 9,0kgfm a 6.750rpm. A potência só não é maior em função das limitações impostas pelos programas nacionais de controles de emissões e ruídos. O torque foi preservado.
A versão F 900R Sport Plus tem decoração Racing Blue (azul e branco), inspirada nas competições da marca, protetor de motor e escape (espécie de limpa trilhos), além de eletrônica com mais recursos. A versão Sport tem decoração Blackstorm Metalic (preto) e um pacote eletrônico mais básico.
Boa lista de componentes eletrônicos
Freios ABS, ajustes nos manetes de freio e embreagem, regulagem na pré-carga do amortecedor traseiro e painel personalizável em tela TFT de 6,5 polegadas com conectividade ao smartphone via bluetooth e seus aplicativos estão presentes nas duas versões.
O painel é semelhante ao do foguete superesportivo S 1000RR. Controle automático de estabilidade (ASC), computador de bordo, tomada USB e iluminação full LED também são comuns às duas versões, assim como os mapas de motor Rain (chuva) e Road (estrada).
O modelo F 900R Sport Plus tem aquele “plus a mais” nos assistentes de pilotagem em relação à versão Sport. Controle de tração dinâmico (DTC), controle dinâmico de freio motor (MRS) e quickshifter de duas direções. Freios ABS Pro, monitoramento da pressão dos pneus, piloto automático, preparação para GPS e, principalmente, dois modos de pilotagem a mais: Dynamic e Dynamic Pro.
Pilotando as duas BMW F 900R
A ergonomia é confortável, embora levemente esportiva. O guidão mais adiantado e as pedaleiras ligeiramente recuadas deixam o corpo um pouco mais inclinado e também mais preparado para as curvas.
O banco, em dois níveis, fica a 815mm do chão e não dificulta o embarque e desembarque. A distância entre-eixos, porém, privilegia o conforto em longas jornadas. Com 1,82m de comprimento, é maior, por exemplo, do que a do modelo K 1600 GTL, com 1,72m, e topo de linha entre as touring da marca.
Na hora de acelerar, o pacote eletrônico mais completo da versão Sport Plus parece transformar o modelo em outra moto. Os mapas Dynamic e Dynamic Plus apimentam a tocada, junto com o quick shifter, que dispensa a embreagem nas trocas de marcha do câmbio de seis velocidades. O torque já aparece vigoroso após os 4.000rpm, o que facilita muito as retomadas.
As suspensões dianteira, invertida, com tubos de 43mm de diâmetro e 135mm de curso, acompanham bem o maior “nervosismo” provocado pelos mapas dinâmicos. Isso porque com o tanque (13 litros) mais à frente, a dianteira é mais exigida na pilotagem esportiva, ajudada por rodas em liga leve de 17 polegadas, mais ariscas nas mudanças de direção.
A suspensão traseira, mono, com 142mm de curso em balança de alumínio também “copia” bem o terreno, de preferência bem lisinho. Os freios transmitem segurança e parecem superdimensionados. Na dianteira, duplo disco de 320mm com pinças Brembo radiais de quatro pistões. Na traseira, disco simples de 265mm. O pacote é completado pelo visual agressivo do bloco do farol, escape curto e “parrudo” e quadro com o motor como parte.
Há oito anos, Téo Mascarenhas testou a BMW S 1000R. Relembre!
Confira os vídeos do VRUM nos canais do YouTube e Dailymotion: lançamentos, testes e dicas