Finalmente, Minas Gerais ganhou um circuito permanente nos padrões exigidos pela Federação Internacional de Motociclismo (FIM) e pela Federação Internacional de Automobilismo (FIA), em um complexo que inclui pistas de motocross, enduro e trial, em uma área de quatro milhões de metros quadrados, bem ao lado da cidade de Curvelo, na Região Central de Minas. A concretização de um sonho antigo vai permitir o desenvolvimento dos esportes a motor, gerar empregos, atrair novos investimentos e colocar Minas em destaque com a realização de competições internacionais.
As negociações para trazer de volta ao Brasil uma das etapas do Mundial de Motovelocidade em 2018 estão em curso, inclusive com a visita preliminar de comissários técnicos e ex-pilotos para avaliação. A inauguração oficial do autódromo será com a disputa do GP Gerais, entre 2 e 7 de setembro, fazendo o resgate do Campeonato Mineiro de Motovelocidade, Campeonato Mineiro de Automobilismo, etapa do Brasileiro de Trial e 34º Enduro da Independência. Um festival que ao longo do ano também terá companhia da Stock Car, Fórmula Truck e outras categorias.
PISTA O circuito nasceu da obstinação de Marco Túlio Ferreira, do engenheiro Alfredo Rodrigues e de Flávio Bergmann. Mais de 30 áreas em Minas foram avaliadas, prevalecendo Curvelo, com bom clima, bons acessos rodoviários, aeroporto e rede hoteleira em expansão. Além disso, o condomínio Casa de Pista permite aos sócios/pilotos construírem suas casas dentro do complexo, em um formato inédito no país.
O traçado foi elaborado por Alfredo Rodrigues, no sentido anti-horário, depois de muito pesquisar e também consultar as características que mais atraem os pilotos.
São 4.420 metros de extensão (maior que Interlagos), com largura variando entre 12 e 18 metros, e uma característica que os pilotos gostam. O desnível atinge 31 metros entre o ponto mais baixo e o mais alto. Além disso, são 18 curvas de raios e formatos variados: 11 para a esquerda e sete para a direita. Porém, a soma dos ângulos das curvas é zero, ajudando a preservar os pneus, com desgaste de forma mais homogênea, e a reta principal, em frente aos boxes, tem 815 metros de extensão, com outras menores, intercaladas, proporcionando características de média velocidade.
BATISMO O nome Circuito dos Cristais lembra as características do solo da região, rico em quartzo, assim como suas curvas, que foram batizadas conforme as peculiaridades do traçado, da fauna e flora locais, como Curva do Pequizeiro (árvore típica do cerrado), “S” da Cabeça, Curva da Orelha, do Anzol, Gêmeas, Bumerangue, Três Raios e Vitória. Porém, a Curva Cauda da Onça promete adrenalina por seu desenho e velocidade, em um conjunto técnico e misto, longe da monotonia, com boas áreas de escape e oportunidades de ultrapassagens, além de 18 postos de sinalização.
A construção da pista utilizou tecnologia de última geração, mas também soluções caseiras. A base para receber a pista foi exaustivamente preparada para proporcionar uma superfície sem ondulações. Já o asfalto especial foi aplicado com motoniveladora guiada a raio laser, com temperatura de 150 graus. Também foi desenvolvida uma fábrica interna de “zebras” em concreto, para a parte interna de cada curva. A estrutura conta ainda com 30 boxes, paddock, camarotes, espaço de eventos, estacionamento, área verde preservada e um futuro de novos campeões.