Depois de nascer ainda em 1901 e sucumbir na década de 1950, a lendária Indian teve um passado de glórias e ganhou nova chance em 2011, quando foi ressuscitada pela gigante americana Polaris, que relançou mundialmente a marca, com motocicletas recheadas de tecnologia e eletrônica. Porém, não esqueceu as antigas formas, adaptando o estilo retrô aos tempos atuais, com uma linha de modelos equipada com o tradicional motor de dois cilindros V-Twin, que inclui a clássica Chief, com a versão Chieftain, que faz parte do mix que desembarca oficialmente no Brasil, via Manaus, Amazonas.
A Indian Chieftain é uma legítima estradeira para devorar quilômetros com muito conforto, equipada com uma ampla carenagem dianteira para comodidade aerodinâmica, composta de um farol principal e dois auxiliares, para-brisa regulável eletricamente na altura, com entrada de ar, sistema de som que inclui rádio com 100 watts de potência e Bluetooth, bancos em dois níveis revestidos em couro, chave com identificador de presença e trava remota, malas laterais rígidas com capacidade de 65 litros com travamento à distância, piloto automático e monitoramento da pressão dos pneus.
MOTOR O motorzão com a tradicional arquitetura V2, batizado de Thunder Stroke 111, tem 1.811cm³ de cilindrada (equivalente a 111 polegadas cúbicas), inclinação de 49 graus e refrigeração a ar. Como o que interessa neste segmento é o torque, para retomadas pra lá de vigorosas, mesmo em baixos giros, atinge a “cavalar” marca de 16,5kgfm a apenas 3.000rpm. Dá para rodar em sexta marcha, tipo overdrive, mais longa, em ritmo domingueiro, quase parando, sem reclamar. Porém, com toda essa pegada, não tem o controle de tração. A potência não é declarada, mas chega a cerca de 130cv.
Para ajudar na tarefa, o painel, que mistura elementos clássicos, como o velocímetro e o contagiros em formato circular, fica na cara do piloto e tem uma tela digital central, que informa a marcha engatada, temperatura ambiente e relógio de horas, além de voltagem da bateria e computador de bordo, com dados de velocidade média e autonomia. Para tanto, o tanque de combustível comporta 20,8 litros. O visual tem o para-lama dianteiro superenvolvente, como nos modelos pioneiros, com a tradicional cabeça de índio com cocar, que empresta o nome à marca.
ANDANDO A Chieftain é volumosa e seu porte impressiona, além da grande distância entre-eixos, com 1.668mm. Entretanto, a frente mais alta e a traseira mais baixa facilitam o embarque e desembarque, ajudados ainda por um banco a apenas 660mm do chão, permitindo apoiar os dois pés no piso, eliminando a sensação de peso, que desaparece como mágica quando em movimento. A Chieftain é fácil de pilotar, com um guidão bem mais largo, mas sofre no trânsito por suas dimensões. Entretanto, na estrada, sua verdadeira praia, parece rodar como se estivesse sobre trilhos.
Outra surpresa é na hora das curvas. Permite inesperada inclinação sem raspar, mesmo com os pés esticados em plataformas. As suspensões também contribuem. Na dianteira, garfo telescópico com tubos de 46mm e 119mm de curso. Na traseira, sistema mono com ajuste pneumático, com 114mm de curso. Os freios estão à altura dos 389kg de peso já abastecida. Na dianteira, duplo disco de 300mm de diâmetro, mesma medida do freio traseiro. Ambos com ABS de série. A Indian Chieftain tem preço sugerido de R$ 99.990. Informações na Indian BH: (31) 3306-3000.