Considerado o modelo de entrada da linha italiana Ducati Monster, a nova versão 937cm³, oficialmente no Brasil desde 2022, foi completamente reprojetada e modernizada. Construída utilizando materiais nobres e componentes sofisticados, além de eletrônica para elevado desempenho, porém, com preço elevado para R$ 86.990, subindo o sarrafo de patamar.
A linha Monster, projetada pelo engenheiro argentino Miguel Galluzzi, em 1993, em suas várias versões, tem os modelos de maior sucesso da história da marca. A Ducati Monster 937 sucedeu a Monster 821, que por sua vez sucedeu a versão 796. Todas, contudo, conservando as linhas arredondadas, farol oval, estilo naked, motor de dois cilindros em L a 90 graus desmodrômico e alta performance.
A nova Ducati Monster 937, entretanto, alterou uma das tradições da linha. Substituiu o quadro com arquitetura em treliça com tubos de aço por um requintado dupla trave em alumínio, derivado da superesportiva Panigale V-4, com o motor fazendo parte da estrutura. A nova geometria economizou 4,5kg em relação ao modelo antecessor 821.
Providencial regime para perda de peso na Ducati Monster
A lipoaspiração prosseguiu no sub-quadro traseiro reforçado com polímeros, com redução de1,9kg; nas rodas de liga leve com aros de 17 polegadas em 1,7kg; na balança da suspensão traseira em alumínio (o modelo 821 também já havia substituindo o monobraço) em 1,6kg; e no próprio motor em 2,4kg, além de outros itens, resultando em uma redução geral de nada menos que 18kg.
O motor da Ducati Monster, batizado de Testastretta 11º, por outro lado, perdeu 1cv em função das restrições impostas pelas normas ambientais de emissões. Com 937cm³, arrefecimento líquido e sistema desmodrômico de comando de válvulas (herança do projeto do engenheiro Fabio Taglioni da década de 1950), fornece 111cv a 9.250rpm e torque de 9,5kgfm a 6.500rpm.
A expressiva redução no peso, agora com 166kg a seco, contudo, produz uma relação peso/potência amplamente favorável, superando abundantemente a perda de 1cv, além de deixar a moto mais maleável. O escape também foi alterado para as novas exigências, com dupla saída mais baixa para ajudar no rebaixamento das massas.
Auxílio luxuoso da eletrônica
O pacote eletrônico da Ducati Monster auxilia a pilotagem, modificando as características da moto. São três modos de pilotagem: Urban, com potência reduzida para 75cv, Touring e Sport. O controle de tração tem oito níveis de interferência. A Monster 937 tem também controle de largada. É só acelerar e arrancar como um dragster, torcendo para o sistema funcionar.
O controle de empinadas (wheelie control) também ajuda a manter a roda dianteira no chão nas retomadas e o quick shift de duas direções otimiza as trocas de marchas (câmbio com seis velocidades), sem usar a embreagem, que é assistida e deslizante.
A eletrônica também está nos freios com sistema ABS Bosch de curvas. O sistema calibra as pressões permitindo frear em plena curva sem alargar a trajetória, garantindo o contorno de forma mais esportiva e segura. São três níveis de intensidade. Na dianteira, dois discos de 320mm de diâmetro, com pinças Brembo monobloco radiais. Na traseira, disco de 245mm de diâmetro.
Guidão mais avançado e baixo da Ducati Monster 937
O DNA esportivo da marca também está presente na Ducati Monster 937. A Ducati venceu em 2022, por exemplo, o Mundial de Superbikes e o Mundial de MotoGP. Embora tenha o visual e estilo naked mais “comportado”, o guidão fica em posição mais avançada e baixa e as pedaleiras mais recuadas.
O banco a 820mm de altura (opcional a 800mm) permite apoiar os pés nas paradas, mas a ergonomia deixa o piloto mais inclinado, em posição de ataque, para encarar as curvas. Não é a posição ideal para rodar nas cidades, por exemplo, mas pelo menos é bem divertida. Os modos de pilotagem neutralizam os perrengues. Por outro lado, a curta distância entre-eixos de 1,474mm deixa a moto mais arisca.
O motor é “animal”. A sensação do soco no estômago nas acelerações justifica o nome Monster (monstro), embora as características próprias do comando desmodrômico, com quatro válvulas por cilindro, produza uma “música” semelhante a um parafuso solto na câmara de combustão.
Iluminação em LED é destaque no modelo
A Iluminação da Ducati Monster totalmente em LED é um show. Especialmente nas cidades. As setas dianteiras não se limitam a acender e apagar. Um conjunto de LEDs vai ligando progressivamente (tecnologia swiping) quase como um letreiro de neon. O farol ovalado tem luz diurna que circunda todo seu perímetro, produzindo outro belo efeito.
O painel da Ducati Monster 937 também ajuda na pilotagem. Em tela TFT colorida de 4,3 polegadas, tem configuração semelhante à da superesportiva Panigale, com gráficos que mostram didaticamente em qual nível e onde os sistemas eletrônicos de pilotagem estão atuando, além das outras funções de praxe. Também pode ser pareado ao smartphone via Bluetooth para usar seus aplicativos.
A suspensão dianteira é invertida com tubos de 43mm de diâmetro e 130mm de curso. A suspensão traseira, do tipo mono, ajustável, fica quase na horizontal, com 140mm de curso. Ambas, dentro da filosofia de precisão e esportividade prioritariamente, junto com o conforto.
Há oito anos, Téo Mascarenhas testou a Ducati Monster. Confira!
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