O vencedor da Categoria Elite, a principal da 41ª edição do Enduro da Independência, Luciano Paiva Vasconcelos, ou simplesmente Lulu, de Sete Lagoas (MG), não era nascido quando a prova foi disputada pela primeira vez, há quatro décadas, em 1983. Este ano, o enduro foi disputado de 6 a 9 de setembro, com percurso entre Paraty, no litoral do Rio de Janeiro, e Ouro Branco (MG).
Luciano começou a competir em 2019 e sempre escutava os casos do pai e seus amigos sobre o Enduro da Independência. Não imaginava que, tempos depois, ele próprio faria história, vencendo a mais tradicional prova do fora de estrada nacional. Hoje, o piloto oficial da marca Sherco é uma das revelações do esporte.
Outra revelação foi vencer a prova com uma motocicleta equipada com motor do tipo dois tempos, depois de um amplo domínio dos motores do tipo quatro tempos. O percurso do primeiro Enduro da Independência, saindo do Rio de Janeiro, recriou a última viagem de Dom Pedro I pela Estrada Real em direção a Ouro Preto, antes do grito da independência. A chegada foi em Belo Horizonte. Este ano, a prova manteve as características históricas, aproximando duas cidades, Paraty e Ouro Branco, fortemente ligadas ao ciclo do ouro.
Diversidade nas categorias
Duzentos e cinquenta pilotos de 17 estados brasileiros, incluindo três “pilotas” (categoria vencida pela goiana Bárbara Neves pela sexta vez) dividiram a prova em 18 categorias, como por exemplo, a Pai e Filho, vencida por Marco Antônio Ogliari e Danis Antonio Ogliari, de Cascavel (PR). O piloto Bruno Crivilin, de Aracruz (ES), segundo colocado na categoria Elite, deu um toque internacional à prova, pois compete regularmente no Mundial de Enduro na Europa.
O Enduro da Independência teve também a categoria Over 60, para pilotos com todo gás, vencida por José Alberto Scheid, de Crissiumal, no Rio Grande do Sul, e a categoria GPS (uma inovação eletrônica alternativa à planilha tradicional), vencida por Rodrigo Netto Alves Lima, de Aguaí (SP).Também houve espaço para as categorias de duplas e a nacional.
Roteiro com belas paisagens e muita dificuldade
No primeiro dia do Enduro da Independência, o roteiro ligou Paraty (RJ) a Baependi (MG). Além das dificuldades de suplantar a Serra do Mar e da Bocaina, os pilotos enfrentaram neblina e um pouco de chuva. Foi o dia mais longo da prova, com 288 quilômetros de extensão. Porém, os competidores foram “abençoados” pelo padre gaúcho Pablo Cechinato. Apaixonado pela competição, fez parte do time da organização que largou na frente da prova, checando o percurso.
O segundo dia do Enduro da Independência foi entre Baependi a Barbacena (MG), na Serra da Mantiqueira, com percurso de 267 quilômetros e 8h29 de duração. O terceiro dia de competição foi entre as cidades de Barbacena e Ouro Branco, com 201 quilômetros de extensão em 5h47.
O quarto e último dia do Enduro da Independência foi em torno das montanhas e serras de Ouro Branco. O percurso foi mais curto, para permitir que todos participassem da festa de confraternização na praça de eventos da cidade. Inclusive, com direito a espaço reservado para os veteranos da prova. Foram 124 quilômetros vencidos em 4h57. Os quatro dias somados totalizaram 860 quilômetros percorridos em trilhas de vários graus de dificuldades, estradinhas e estradas, sempre com belos visuais, em cerca de 30 horas.
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