De Águas de Lindoia (SP)* - A modernização da Harley-Davidson estradeira Ultra Limited 2017 começa mais de um século atrás, nos Estados Unidos. É que agora o modelo conta com a nona geração de motores de sua história, com a marca registrada composta de dois cilindros em vê, batizado de 107 Milwaukee Eight. O número 107 indica o volume em polegadas cúbicas, como adotado na terra do Tio Sam, que convertido representa 1.745cm³ de cilindrada. Já o nome Milwaukee é uma homenagem à cidade onde foi fundada, e a indicação Eight, ou oito, é o número de válvulas do motor.
O novo motor da Touring Ultra Limited recebeu sistema de arrefecimento líquido no cabeçote, conservando, entretanto, a tradicional inclinação de 45 graus entre os cilindros, aletas de refrigeração e o ronco grave do escape. O desenvolvimento do novo propulsor foi resultado de uma pesquisa entre os fiéis seguidores da marca, que queriam um motor mais redondo, porém com uma pegada mais vigorosa. Desta forma, o novo “coração” ganhou mais 10% de torque e ficou mais rápido 11% na aceleração até os 100km/h.
VIBRAÇÃO Outro efeito colateral do desenvolvimento do motor foi a expressiva redução nas vibrações, na ordem de 75%. Montado em coxins de borracha, que somados a novos balanceiros internos reduziram a vibração em 75%, o motor ficou mais redondo e liso. Foi quase um milagre, e permitiu a redução da marcha lenta de 1.000rpm para ínfimos 850 rpm e um torque de 15,7kgfm a apenas 3.250rpm. O pacote também melhorou um dos itens mais incômodos dos clássicos V2: o calor, que cozinhava as pernas e “partes baixas” do piloto, foi reduzido com a nova posição do catalisador e escape do cilindro traseiro.
A mexida no motor também reduziu ligeiramente a sua largura, proporcionando mais espaço para as pernas e maior facilidade para apoiar os pés no chão. Um alívio na hora de manobrar, ou no trânsito, para um modelo que pesa 413 quilos abastecida, embora o banco estilo poltrona, em dois níveis, esteja a somente 74 centímetros do solo. O motor também ficou mais silencioso, menos áspero, com as melhorias do sistema de aspiração e dos componentes móveis. Porém, o câmbio de seis velocidades continua extremamente ruidoso na hora das trocas de marcha.
MORDOMIAS As estradas são a sua praia. Peso e gigantismo de dimensões desaparecem no embalo do asfalto e as mordomias de viagem começam na tela tátil de 6,5 polegadas, com boa sensibilidade até usando luvas, com sistema de navegação GPS. Além disso, tem som com rádio, entrada USB, quatro caixas e comandos no guidão, piloto automático e aquecimento de punhos. A carenagem “asa de morcego” tem entrada de ar, defletores laterais e entrada de ar para os pés. Para a bagagem, duas malas laterais e uma central, na cor da moto, atrás da verdadeira poltrona do passageiro.
As suspensões também foram completamente reprojetadas e permitem rodar com mais precisão e conforto. Na dianteira, um garfo Showa com 117 milímetros de curso, e na traseira novos amortecedores pressurizados que podem ser regulados na pré-carga, adequando o peso do piloto, garupa e bagagem, sem o auxílio de ferramentas. Os freios são ABS e a iluminação fica garantida com faróis auxiliares. O tanque comporta 22,7 litros e as rodas são em alumínio. A Harley-Davidson também “mexeu” no preço, só que para baixo, cerca de 7,7%, passando para “apenas” R$ 94.900.
* Jornalista viajou a convite da Harley-Davidson