Indaiatuba (SP) - O Brasil é um dos maiores mercados de motocicletas de um quarto de litro (250 cm³) do mundo. Então, por que a Honda substituiu a utilitária CBX 250 Twister, lançada em 2001, pela nova CB 300R, que é um degrau acima? A resposta vem de 1º de janeiro, quando entrou em vigor a mais rigorosa norma de emissão de poluentes brasileira, Promot 3. A Twister não atenderia os índices e seriam necessárias tantas modificações que se inviabilizaria a adaptação. Além disso, a adoção do catalizador no escape, para diminuir as emissões, reduziria seu desempenho a níveis insatisfatórios. Veja mais fotos da CB 300R!
A resposta foi tirar de linha a Twister 250 e fabricar do zero outra motocicleta completamente nova, inclusive no batismo, com um motor maior, de 300 cm³, para compensar as medidas restritivas de desempenho impostas pelo Promot 3, apresentando uma performance semelhante à do modelo antigo. O novo motor, inédito e desenvolvido exclusivamente para o mercado brasileiro, equipado com injeção eletrônica, foi acompanhado de um verdadeiro banho de loja, com um visual muitíssimo atualizado, que também inclui novo quadro, caixa de marchas, painel, rodas, pneus, escape, banco e posição de pilotagem.
Roupa
A gestação da nova CB 300R, porém, foi demasiadamente demorada. Entre o fim da Twister e o nascimento do novo modelo, foram seis meses de espera, para a montadora esvaziar seus estoques antigos. Nova, entretanto, é a bela roupagem, que foi desenhada pela engenharia nacional, com a bênção da matriz japonesa. O visual é inspirado na Hornet 600, com grande farol triangular e tanque vincado (18 litros), mas as soluções de estilo da traseira, curta e afilada, são ainda mais ousadas e modernas que a da irmã maior. O conjunto também passa a sensação de ser um modelo ainda maior que seus 300 cm³, conferindo mais status ao piloto e desejo na freguesia potencial.
O motor de um cilindro tem refrigeração a ar, mais radiador de óleo. Com 291,6 cm³, tem quatro válvulas e alimentação por injeção eletrônica PGM-FI, com bico injetor de 12 furos, que pulveriza melhor a mistura. Essa característica e mais a tecnologia já desenvolvida pela montadora permitem prever uma versão flex no futuro. A potência atinge 26,53 cv a 7.500 rpm, enquanto o torque chega a 2,61 kgfm a 6.000 rpm, contra 24 cv a 8.000 rpm e torque de 2,48 kgfm a 6.000 rpm da antecessora. São 10,5% a mais de potência e 13% a mais de torque. Já o peso a seco é de 143 kg.
Andando
A Honda projetou um novo quadro, tipo berço semiduplo em aço, com distância entre-eixos ligeiramente maior e um ângulo de cáster menor. Com isso, a CB 300 ficou mais arisca nas mudanças de direção, ajudada por rodas em liga leve com aros de 17 polegadas, e mais estável nas retas. A posição de pilotagem também melhorou, com guidão mais alto 15mm, banco em dois níveis mais baixo e estreito, que deixa o piloto ligeiramente mais adiantado e mais confortável. As mudanças na ergonomia permitiram uma melhor harmonia de utilização na cidade e também na estrada. Acelerando, a sensação de maior torque (força) é mais nítida que a de potência.
Dá para acelerar em marchas mais altas, mesmo em baixos giros, sem tantas reclamações. Com maior torque, o câmbio passou de seis para cinco marchas. Um retrocesso para muitos, mas não falta marcha em velocidade máxima. Retrocesso mesmo foi a substituição da balança de alumínio por uma de aço e a manutenção do freio traseiro a tambor (130 mm) na traseira. Totalmente incompatíveis com o novo visual e avanços tecnológicos. Verdadeira economia de palito, em nome da redução de preço final. O freio dianteiro é a disco, com 276 mm, herdado da Twister. A suspensão dianteira, telescópica, com 130 mm, copia bem as irregularidades, como a traseira, mono, com 105 mm de curso. O farol tem maior potência (60W) e o painel, com elementos digitais e analógicos, é bem visível e agradável. A CB 300R chega em vermelho, preto, prata e amarelo metálicos. O preço, base São Paulo, sem frete e seguro, é de R$ 11.490.
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(*) Viajou a convite da Honda