O nome Fireblade, que significa lâmina de fogo, sugere um modelo sofisticado de alta performance, potente e superesportivo. Ainda mais acompanhada da letra R, que indica um legítimo modelo racing ou quase de corrida. Quando foi lançada em 1992, a Honda Fireblade, ainda com motor de 900cm³, tinha mesmo essa missão. Porém, o feitiço acabou virando contra o feiticeiro e a lâmina de fogo ficou nervosa demais e difícil de ser dominada por simples mortais, espantando parte da freguesia. A receita então foi mudada diametralmente. O motor passou para 929cm³ e os ajustes foram deixando o modelo mais fácil, progressivo e amigável.
De lá para cá, a montadora vai constantemente desenvolvendo o modelo sempre nessa direção. Muita esportividade e pegada, com facilidade de condução. Em 2008, mudou radicalmente o visual e adotou um motor diretamente derivado dos modelos do Mundial de Superbikes, além de componentes inspirados no protótipo do Mundial de Motovelocidade, RC 212V. Em 2009, outra ousadia. Adotou um sistema de freios do tipo ABS, tornando-se a primeira superesportiva do mundo a contar com este tipo de sistema. Para tanto, desenvolveu uma tecnologia altamente sofisticada, que oferece uma precisão cirúrgica, além de combinar a frenagem nas duas rodas.
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FORA
Muitos ainda torcem o nariz para o sistema, que acaba raciocinando para o piloto, que deveria ser o dono da situação, inclusive em condições extremas. Um pecado sem absolvição em se tratando de uma superesportiva. Entretanto, a frenagem ficou tão eficiente e precisa que a interferência do sistema muitas vezes passa despercebida, com o efeito colateral de aumentar exponencialmente a segurança. Para os mais resistentes, a marca ainda oferece o modelo sem o sistema, que, inexplicavelmente, ao contrário do ano passado, passa a ser a única versão importada oficialmente para o Brasil, como modelo 2010, que está chegando às concessionárias autorizadas este mês.
As alterações ficaram restritas ao grafismo, que ganhou novas cores e padronagens, conservando a mesma base mecânica. O projeto da CBR 1000RR Fireblade desta geração foi norteado na redução de dimensões, no rebaixamento e concentração das massas. Dessa forma, o escape tem saída baixa e curta. O quadro tem arquitetura de dupla trave, com vigas em alumínio. A redução de pesos nas extremidades também foi outra preocupação do projeto. A frente ficou mais arredondada, com duplo farol e setas nos retrovisores, e a traseira bem mais afilada e angulosa. A solução criou um forte contraste que divide opiniões.
MECÂNICA
O motor é o clássico quatro cilindros em linha, com 999,8cm³, equipado com injeção eletrônica de combustível, 16 válvulas e refrigeração líquida. A potência atinge 178,1cv a 12.000rpm e o torque chega a 11,4kgfm a 8.500rpm. Para facilitar a condução esportiva, a CBR 1000RR Fireblade, versão 2010, assim como a antecessora, conta com um amortecedor de direção (HESD), eletrônico, desenvolvido no Mundial de Motovelocidade, que elimina vibrações e vai ficando mais firme conforme a velocidade. A embreagem é do tipo deslizante, que permite reduções radicais de marchas, do câmbio de seis velocidades, esportivamente, sem travar a roda traseira.
A suspensão dianteira é invertida e regulável, com 120mm de curso. A suspensão traseira é do tipo mono, também regulável, com 139mm de curso. As rodas são em liga leve, com aros de 17 polegadas, e o peso a seco de 177kg. A versão com ABS, importada oficialmente até o ano passado, pesa 188kg. Os freios dianteiros têm dois discos de 320mm, com pinças radiais. O freio traseiro tem 220mm de diâmetro. O painel é completo, com elementos digitais e analógicos, computador de bordo, além de relógio e shift light, que é a luz que indica a hora da troca de marcha. As cores são o preto, o prata metálico com detalhes laranja e o branco perolizado com grafismo HRC (Divisão de competições da Honda), com detalhes em azul e vermelho. O preço sugerido, sem frete e seguro, é de R$ 56 mil.