A ousada decisão de instalar uma fábrica de motocicletas Honda no Amazonas, há quase meio século, trocando a pujança fabril e metalúrgica do ABC Paulista pelo desafio do iniciante polo industrial de Manaus (e seus incentivos fiscais), se revelaria certeira logo no primeiro modelo produzido. A singela Honda CG 125 assumiria a liderança nacional de vendas, para não mais sair do pódio.
Passados 47 anos, a linha 2024 da Honda CG com as versões Start, Fan e Titan (e também a Cargo, para uso profissional, porém, ainda como 2023) chega ao mercado a partir desse mês. As características técnicas dos modelos anteriores foram mantidas, com motor de 160cm³ (162,7cm³), que fornece 14,9cv a 8.000rpm e torque de 1,40kgfm a 7.000rpm, abastecida com gasolina. Porém, com modernizações nos grafismos e opções de cores.
A primeira Honda CG 125 saiu da linha de montagem no dia 4 de novembro de 1976 e estabeleceu uma complexa logística. Os fornecedores de peças, matérias-primas e equipamentos, além de grande parte dos mercados consumidores ficavam a milhares de quilômetros, em uma operação que envolvia balsas e caminhões em uma longa jornada.
Produção verticalizada
A solução foi produzir a maioria das peças e componentes, normalmente adquiridos de fornecedores, transformando-se na fábrica mais verticalizada do mundo, na contramão da indústria de “montagem”. Ao longo do tempo a verticalização se manteve, a linha Honda CG sendo ampliada, remodelada e modernizada, tornando-se o veículo mais vendido da história do Brasil, algo como pão quente na padaria, com cerca de 14 milhões de unidades comercializadas.
Os modelos 2024 da Honda CG dividem o mesmo motor do tipo quatro tempos com um cilindro OHC, Overhead Camshaft, com injeção eletrônica, arrefecido a ar e câmbio de cinco marchas. Entretanto, somente o modelo Start (de entrada) não é flex e só consome gasolina. Os demais modelos, Fan, Titan e Cargo podem consumir etanol, gasolina ou a mistura de ambos. Com etanol a potência sobe 0,2cv e o torque 0,14kgfm.
Outro pioneirismo da Honda CG 125 foi o lançamento em 1981 da primeira moto movida a álcool do mundo, com direito a tanquinho de gasolina para os dias frios. Em 2010, a Honda CG 150 Titan EX Mix se tornou a primeira da marca com sistema flex.
Entre as evoluções ao longo do tempo, em 1978, a ML 125 foi a primeira com freio a disco na dianteira. Em 1983, a Honda CG 125 ganhou a quinta marcha e, em 1989, foi lançada a CG 125 Cargo para o trabalho.
Contemporâneo
Atualmente as suspensões são compartilhadas. Na dianteira, garfo (não invertido) com 124mm de curso. Na traseira, duplo amortecedor com 106mm de curso e ajustes na pré-carga. O quadro é do tipo Diamond (com o motor como parte da estrutura) em aço estampado. Os modelos Honda CG 160 Fan, Titan e Cargo têm rodas em liga, enquanto a CG Start tem rodas raiadas.
Os freios das Honda CG 160 Fan, Titan e Cargo têm sistema combinado CBS. Ao acionar o freio traseiro, parte da pressão vai para a roda da frente. Na dianteira, disco de 240mm de diâmetro, e na traseira, tambor de 130mm. O modelo CG Start 160 igualmente tem freios combinados, porém, com sistema a tambor de 130mm em ambas rodas. Outra diferenciação está na capacidade do tanque. Na Start é de 14,6 litros e nas demais, 16,1 litros.
O modelo Honda CG 160 Titan, topo da linha, também tem pneu mais largo na traseira, com medida de 100/80. No visual, a Titan tem abas laterais ao tanque diferenciadas, alças para o passageiro em alumínio e painel digital blackout. O modelo Cargo tem bagageiro em aço cromado para 20kg e cavalete central. O preço sugerido sem frete (base São Paulo) é de R$ 14.082 para o modelo Honda CG 160 Start; R$ 15.350 para a Cargo (ainda como modelo 2023); R$ 15.444 para a Fan e R$ 16.760 para CG 160 Titan.
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