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Honda Integra 700 2012 - Parece, mas não é

Novo modelo reúne características das motocicletas e scooters, tentando somar as qualidades de ambos, sem abrir mão do prazer de pilotar. Motor desenvolve 51,8cv

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O câmbio é automatizado, mas pode ser utilizado manualmente

A Honda apresentou e vai comercializar, inicialmente na Europa, a partir de 2012, o modelo Integra 700. Parece um scooter, mas não é. Também parece uma motocicleta, mas não é. É um misto dos dois veículos. Consegue unir as características dos urbanos scooters, como posição de pilotagem, porta-malas, escudo frontal e maneabilidade. Das motos, herdou os cacoetes, como rodas com aros de 17 polegadas, quadro tipo diamond em aço e motor com dois cilindros paralelos. O desenho reúne ainda características de um modelo transplantadas no outro. Como nas motos, não tem o vão central, que facilita o embarque e desembarque, e como nos scooters não tem comando nos pés. Acelerador e freios ficam nas mãos.

O câmbio, entretanto, não é automático, tipo CVT, mas automatizado, com seis marchas e dupla embreagem Dual Clutch Transmission (DTC). Exatamente como no modelo Sport Touring VFR 1200, só que com aperfeiçoamentos de última geração. O piloto pode optar pela seleção das marchas de maneira manual, por meio de aletas no punho esquerdo, quando decide a hora de cambiar, ou no modo automatizado, com duas possibilidades de tocada: S, ou Sport, para pilotagem mais apimentada, ou D, Drive, para uma condução mais natural. Tudo assistido pela dupla embreagem, que sempre deixa previamente engatada a marcha seguinte e a anterior.

FACILIDADE Com a dupla embreagem, o Integra pode assumir, na prática, características de scooter, com uma pilotagem facilitada para o dia a dia, que requer apenas o trabalho de acelerar e frear, passando a impressão de um verdadeiro câmbio automático. Por outro lado, o modo manual deixa o Integra mais próximo da tocada de uma motocicleta, embora sem o pedal de marchas e o manete de embreagem. Essa mistura improvável, na simplicidade do interior do Brasil, para explicar o inexplicável, seria apelidada de “tatu com cobra”. Mescla, porém, que chega para amplificar um inédito segmento, com a pretensão de unir as qualidades dos dois mundos.

O motor do novo Integra tem dois cilindros paralelos, inclinados para frente, de modo a abrir espaço para o porta-malas sob o banco. O volume, porém, é reduzido a apenas 15 litros e comporta, no máximo, um capacete do tipo aberto. Essa deficiência, vital para um veículo com pretensões urbanas, pode ser compensada com adoção de bauleto traseiro, disponível como acessório, e o porta-luvas no escudo frontal. O propulsor, com 670cm³, equipado com injeção eletrônica e refrigeração líquida, desenvolve 51,8cv a 6.250rpm e um torque de 6,33kgfm a 4.750rpm. O motor foi calibrado para oferecer torque ou força em baixos regimes de rotação, característica apreciada para condução urbana, no anda e para das cidades.

Painel digital



INSPIRAÇÃO Esse motor, que segundo a montadora é capaz de proporcionar um consumo próximo dos 28km/l, também será usado em outros modelos. Já o visual foi nitidamente inspirado na motocicleta VFR 1200. Como na moto, a carenagem tem uma espécie de dupla pele, que esconde parafusos e fixações, deixando a pintura lisa. O farol, assimétrico, também é semelhante ao da VFR 1200. As rodas são de liga leve e os pneus de características mais esportivas. A suspensão dianteira também tem características de motocicletas, com tubos de 41mm de diâmetro e um generoso curso de 120mm, pouco comum aos scooters tradicionais.

A traseira com farolete e lanterna destacada e a transmissão final por meio de corrente reforçam o lado motocicleta de ser da Integra 700. A suspensão traseira é do tipo mono e os freios são a disco. Na dianteira, o disco único tem avantajada dimensão de 320mm de diâmetro e na traseira 240mm. Igualmente com medidas mais usuais em motocicletas e dotado do sistema C-ABS, que impede o travamento e distribui a frenagem entre as rodas. O painel é integralmente digital e tem conta-giros. O modelo conta ainda com tomada de força para conexão de celular, GPS etc. O peso, de 238kg, entretanto, merecia um regime.