De Indaiatuba (SP) - Nos anos 1990, a Honda do Brasil importou e comercializou aqui o scooter Spacy 125, mas vendeu somente 2.209 unidades. Era o veículo certo, na hora errada, já que o mercado nacional estava no fundo do poço, com o pior desempenho de sua história, em 1992. Dessa forma, a montadora suspendeu o projeto, elegendo outras prioridades para recuperar suas vendas, deixando para depois o plano dos scooters. De lá para cá, o mercado pisou no acelerador, o consumidor, especialmente dos grandes centros urbanos, passou a entender e a aceitar melhor os scooters, atraindo várias marcas para abastecer o segmento.
Para tentar descontar o atraso, a Honda volta ao mercado nacional com o scooter Lead 110, apresentado terça-feira no Centro Educacional de Trânsito Honda (CETH), em Indaiatuba, interior de São Paulo. A comercialização vai começar a partir de julho, com preço sugerido de R$ 6.250, base São Paulo, sem frete e seguro, e, diferentemente da experiência anterior, com uma expectativa de vendas de 18 mil unidades só em 2009. Lançado em 1981, é o modelo mais vendido da marca no mundo, presente em 20 países e já está sua quarta geração.
Urbano
Assim como diversos modelos comercializados em nosso mercado, o Lead 110 é fabricado na China e montado em Manaus. Entretanto, vários componentes já são nacionalizados, como o sistema de injeção eletrônica, exatamente um de seus atrativos. Outro gancho para conquistar o mercado é o tamanho do porta-malas sob o banco, que é aberto pela própria chave de ignição. Com grande capacidade, acomoda dois capacetes, um do tipo aberto e outro fechado. Para conseguir isso, o tanque de combustível, de 6,5 litros, foi deslocado para o assoalho, sob os pés do piloto.
A posição do tanque só foi possível devido ao uso de uma bomba de combustível, exigência da injeção eletrônica. Também conta com porta-luvas com chave na saia dianteira, gancho para dependurar sacolas de compras e garupeira. O motor, do tipo quatro tempos, com 108 cm³, tem um cilindro, refrigeração líquida (com ventoinha permanente) e fornece 9,2 cv a 7.500 rpm e torque de 0,97 kgfm a 6.000 rpm. Veículo urbano por natureza, tem a praticidade da partida elétrica e o câmbio do tipo CVT. No painel, velocímetro, hodômetro e marcadores de combustível e da temperatura do motor.
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Andando
Para melhorar as retomadas, fundamentais no trânsito das grandes cidades, foi instalado um redutor após o câmbio, que deixa o Lead mais esperto nas arrancadas. A posição de pilotagem é típica, com o piloto sentado, em vez de montado, mas os pés ficam ligeiramente mais altos, em função do tanque, que, por outro lado, ajuda a rebaixar o centro de gravidade. Já as pequenas rodas de liga leve, com aro de 12 polegadas na dianteira e 10 na traseira, deixam o Lead mais arisco e mais vulnerável às armadilhas do percurso e imperfeições do piso.
O banco, a 740 mm de altura, é bastante confortável para ajudar a encarar o dia a dia nas cidades, mas as suspensões são curtas para estripulias menos convencionais. Na dianteira, garfo telescópico de 90 mm e na traseira, único amortecedor com 84 mm de curso. Na tocada diária, uma boa ajuda vem dos freios, com disco de 190 mm na dianteira e tambor de 130 mm na traseira, que transmitem segurança. Ao acionar o freio traseiro, o dianteiro também entra em funcionamento automaticamente pelo sistema CBS. Além disso, conta com freio de estacionamento, já que o câmbio automático não trava o motor. O quadro é de tubos de aço (underbone), o peso a seco de 109 kg e o estilo conservador. O Lead chega em vermelho, bege, preto e prata.
A Honda também apresentou as motos XRE 300 e CB 300R. Confira!
(*) Viajou a convite da Honda