A gigante Honda, dona de cerca de 76% do mercado nacional, resolveu no início de 2007 entrar no segmento de modelos populares, lançando a superdespojada POP 100, uma espécie de moto do tipo "pé-de-boi", com visual diferente e controvertido. Tornou-se seu menor e também mais barato modelo: preço sugerido de R$ 3.990, sem frete, óleo e seguro, em São Paulo. Projetada no Brasil, para o consumidor brasileiro, com a bênção da matriz japonesa, recebeu a missão de popularizar ainda mais o uso da motocicleta, com uma projeção de vender 150 mil unidades só no primeiro ano.
Em 2007, vendeu 83 mil unidades, um excelente resultado de mercado, mas que só atingiu 55% da meta. Em 2008, o modelo caminha para o mesmo patamar, apesar do peso do nome Honda e dos quase 700 concessionários espalhados pelo país. O maior responsável pela diferença parece ter sido mesmo o visual controverso, eleito como "exótico", ainda que a noção de gosto seja discutível, já que o motor e os componentes mecânicos são bastante eficientes para o transporte de curtas distâncias, além de muito resistentes e econômicos.
Eficiência
O modelo 2009, apresentado em setembro e que chega às revendas pelo mesmo preço sugerido da anterior, recebeu algumas modificações de estilo e na técnica, para se adaptar às normas de emissões de poluentes, Promot 3, que entrarão em vigor a partir de janeiro de 2009. O modelo recebeu um novo e mais eficiente catalisador no escapamento; um novo pára-lama traseiro interno, junto à roda; um novo pedal de câmbio, para facilitar as trocas de marcha; além da cor cinza, em substituição à amarela. O pára-lama alto na dianteira, para encarar estradas de terra, presentes em boa parte do Brasil, foi mantido.
Para cumprir sua vocação, a Honda utilizou a mesma base do robusto e "inquebrável" motor de um cilindro, com 97,1 cm³, quatro tempos, refrigerado a ar (que equipou a C 100 Dream, que se transformou em C 100 Biz, com milhões de unidades comercializadas nos quatro cantos do mundo), com modificações no comando de válvulas para aumentar o torque. Com a adoção do catalisador no escape, a potência, que era de 6,5 cv a 8.000 rpm, passou para 6,17 cv a 7.500 rpm; e o torque, de 0,72 kgfm a 5.000 rpm, para 0,74kgfm a 4.000 rpm.
Acelerando
As modificações tornaram a POP 100 ainda mais esperta, e extremamente fácil de pilotar, já que tanto o torque quanto a potência aparecem mais cedo. Além disso, a relação mais curta das quatro marchas proporciona surpreendentes arrancadas e uma incrível agilidade, ajudada pelo vasto ângulo de varredura do guidão e pelo baixo peso de 85kg, que permite ignorar engarrafamentos, deixando-a bastante "bonita" no trânsito. As rodas são as mesmas da Biz 125, com aro de 17 polegadas na dianteira, e de 14 polegadas, na traseira.
Para reduzir custos e preço, a Honda suprimiu o descanso central, a embreagem automática, presentes na Dream e Biz, além do câmbio rotativo e o porta-malas, em função da trave central do quadro, camuflada por uma cobertura plástica, que lembra a "jurássica" Mobilete. Na pilotagem, o manete de embreagem está de volta, aumentando o prazer. Mas a praticidade dos sistemas faz falta. Porém, só liga em ponto morto e a tranca fica escondida num local de difícil acesso, dificultando a vida nas paradas. O painel é simples, com velocímetro e hodômetro. O tanque é o mesmo da Biz (de quatro litros) e fica embaixo do enorme e confortável banco. Os freios a tambor, com 110 mm, são eficientes e confiáveis.