Com 22 anos de idade, o modelo Transalp, que tem estilo misto (cidade e campo), foi lançado em 1987 e passou pela primeira plástica em 1990, quando ganhou novo motor, cuja cilindrada aumentou de 583 cm³ para 647 cm³. Em 2008, a moto passou por nova cirurgia, desta vez totalmente radical, ganhando novo visual e motor de dois cilindros em V (inclinados em 52 graus), de 680 cm³, equipado com injeção eletrônica, refrigeração liquida e cabeçote de quatro válvulas, que desenvolve potência de 60cv a 7.750 rpm e torque de 6,1 kgfm a 5.500 rpm. Com esse novo pacote, o modelo é vendido na Europa e também para nossos hermanos argentinos.
Com o fim da Falcon 400, abriu-se um grande "buraco" na linha da montadora no Brasil, que, da nova XRE 300, lançada em junho para substituir a Tornado 250 e de quebra os órfãos da Falcon 400, salta para a XL 1000V Varadero, exatamente a "irmã" maior da XL 700V Transalp. Essa conjugação de fatores aponta para o desembarque do novo modelo também no Brasil. O mercado igualmente aposta na apresentação da nova moto no Salão Das Duas Rodas, de 7 a 12 de outubro. O modelo disputaria um segmento que, neste momento, é explorado por outras marcas.
Aposta
A Transalp 700 é comercializada na Europa por 8.499 euros. Exportada para o Brasil, a moto seria montada em Manaus, com possibilidade de nacionalização de alguns componentes, e comercializada por um preço que ficaria em torno dos R$ 35 mil, para brigar com modelos como Suzuki V-Strom 650, BMW F 650 GS e Yamaha XT 660. Esta última, por contar com motor de apenas um cilindro, tem preço mais em conta. A versão 2009 da Transalp manteve as características técnicas do modelo anterior, renovando apenas a decoração.
Curiosamente, o motor foi herdado da comportada Deauville, um modelo touring, que é vendido na Europa. Para equipar a nova Transalp, porém, esse motor recebeu um trabalho no cabeçote e em outros componentes. Outra característica herdada do modelo estradeiro foi a adoção de freios com sistema ABS-CBS (opcional), que, além de não travar, distribui a pressão da frenagem entre as rodas automaticamente, conforme a necessidade. Na roda dianteira, o sistema tem duplo disco de 256 mm de diâmetro; na roda traseira, disco simples, de 240 mm.
Adaptação
Na última reforma do modelo, ganhou uma utilização mais estradeira, apesar do sugestivo nome, que sugere a travessia dos Alpes como seu habitat. Para tanto, a roda dianteira, que era de 21 polegadas, passou para 19 polegadas de diâmetro, proporcionando mais agilidade em curvas. A montadora também comercializa uma série de acessórios, como bauleto, bolsas laterais, sistema de navegação por GPS, alarme, cavalete central e para-brisa um pouco mais alto (17 mm), para melhorar o conforto aerodinâmico em viagens mais longas. Para melhor adaptação, também oferece a possibilidade de um banco 20mm mais baixo, reduzindo a distancia para o chão de 841 mm para 821 mm.
A suspensão dianteira é a clássica telescópica, com tubos de 41 mm e 177 mm de curso. A suspensão traseira é do tipo mono, regulável, com 173 mm de curso. O quadro tem dupla trave, em tubos de aço. O painel é completo, com elementos digitais e analógicos. O câmbio tem cinco marchas e o peso em ordem de marcha é de 214 quilos, para versão sem ABS, e de 219 quilos, com esse tipo de freio. O visual tem "farolzão" arredondado em destaque, junto com carenagem, assim como o conjunto tanque (de 17,5 litros) e aletas com muito volume.