A marca de motocicletas Husaberg nasceu em 1988, fruto da dissidência de um grupo de engenheiros da também sueca Husqvarna, insatisfeitos com a venda para a italiana Cagiva. Liderados por Thomas Gustavsson, fundaram a Husaberg, especializada em motocicletas do tipo fora de estrada e equipadas com motores do tipo quatro tempos. De lá para cá, a marca sempre foi fiel a esse tipo de motorização, enaltecendo suas virtudes, especialmente com o aumento progressivo do rigor nas normas ambientais, mais difíceis de serem cumpridas pelos motores do tipo dois tempos. Com a chegada da linha 2011, a história deu uma reviravolta.
A Husaberg anunciou no início do mês, em Barcelona, que também vai produzir pela primeira vez em sua história motocicletas com motores dois tempos. Inicialmente com os modelos TE 250 e TE 300. Logo em seguida, também virá uma 125cm³. A mudança de direção começou em 1995, quando a Husaberg foi comprada pela austríaca KTM, especializada em motos do tipo fora de estrada, mas com uma linha de modelos com motorização dois tempos. A simbiose entre as marcas seria uma questão de tempo. Ainda mais que motocicletas Husaberg passaram a ser produzidas em Matthigofen, Áustria, sede e fábrica da KTM.
RENASCIMENTO Os motores do tipo dois tempos seguem com uma legião de admiradores, por seu desempenho esportivo, com menores peso e dimensões, além de manutenção mais simples e custo de aquisição bem mais atraentes. Um pacote que as normas ambientais foram encurralando, abominando a fumaça e o ruído que expeliam pelo escape. A tecnologia, porém, evitou a morte anunciada e criou uma nova tendência, que vai sendo seguida por várias marcas que ressuscitaram o motor do tipo dois tempos. A eletrônica aplicada ao motor, além de novas tecnologias de materiais e de óleos lubrificantes, mais eficientes, é um dos responsáveis pelo renascimento, possibilitando a produção de motores mais limpos e quase sem fumaça.
A eletrônica entra no desenvolvimento de uma válvula variável no escape que deixa o motor com mais força em baixos giros (uma das antigas deficiências dos motores dois tempos), que age em conjunto com a ignição, capaz de alterar o ponto do motor, conforme a necessidade. Além disso, o piloto tem à disposição, por meio de um seletor no guidão, duas regulagens, que deixam a moto mais nervosa ou mais progressiva, para rodar em pisos de baixa aderência, por exemplo, como uma espécie de controle de tração. Embora a alimentação ainda seja por carburador, um sistema de injeção eletrônica está sendo estudado. Para completar, a partida é elétrica.
DUPLA O modelo TE 250 (Two Stroke Enduro), que agora faz par com as motos FE (Four Stroke Enduro), tem um visual bastante semelhante ao da KTM EXC 250, deixando clara uma paternidade compartilhada. O motor de um cilindro tem refrigeração líquida, 249cm³, embreagem hidráulica e câmbio de seis marchas. A suspensão dianteira é uma White Power invertida, com sistema de cartucho selado, com tubos de 48mm de diâmetro e 300mm de curso. A suspensão traseira, também WP, é do tipo mono, com 335mm de curso. Os freios, com pinças Brembo, têm na dianteira disco simples, estilo margarida, com 260mm de diâmetro. O traseiro tem 220mm de diâmetro.
O quadro é em tubo central de aço, com subquadro e balança em alumínio, assim como as rodas (DID) e guidão. O tanque comporta 11 litros e o peso, já pronta para rodar, é de 102,9kg. O modelo TE 300 tem as mesmas características do modelo TE 250, mas o motor salta para 293,2cm³, com alterações nas medidas do pistão, e o peso, também pronta para rodar, sobe para 103,1kg. As potências não foram reveladas, mas ambas passam dos 50cv, com a vantagem de bom torque em baixos giros, proporcionado pela soma da válvula no escape e controle de ignição. No visual, predominam as cores azul e amarela, características da Suécia, origem das Husabergs. Informações: www.husaberg.com.br.