Motos barulhentas já são uma cultura entre motociclistas, mas, a longa exposição ao ruído do motor pode resultar em perda auditiva. Seja para tentar se proteger, chamando a atenção para o veículo pequeno, ou mesmo para se exibir, é comum se deparar com motocicletas com o sistema de escapamento alterado para elevar o nível do ruído do motor. Outra fonte sonora comum é a buzina, usada de forma intermitente para abrir caminho no corredor.
Comportamento no trânsito: avalie suas atitudes ao volante
Um estudo realizado pela Universidade Federal de Santa Catarina avaliou a exposição ao ruído em 17 mototaxistas que atuavam em Balneário Camboriú (SC). De acordo com Juliana de Conto, Doutora em Engenharia de Produção, a pesquisa mostrou que esses profissionais estão expostos a um nível de pressão sonora superior a 82,1 decibéis, com dose de ruído acima do permitido para o tempo de trabalho, que é de 12 horas diárias. Dos mototaxistas estudados, nove já apresentam alteração na audição devido à exposição ao ruído do motor.
Outros estudos comprovam que motos barulhentas comprometem a saúde
Outra pesquisa, feita pelo National Institute on Deafness and Other Communication Disorders (Instituto Nacional de Surdez e Outras Doenças de Comunicação), nos Estados Unidos, comprovou que o ruído do motor excessivo pode comprometer a saúde auditiva dos motociclistas.
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De acordo com os especialistas que conduziram esse estudo, dependendo do tempo de exposição em no comando de uma moto barulhenta, ruídos acima de 85 decibéis podem causar alterações na estrutura interna da orelha. Para se ter uma ideia, para efeito de comparação, uma conversação normal atinge 60 decibéis.
Perda auditiva é gradual
"A exposição frequente a níveis sonoros elevados pode causar danos à audição. A perda é gradual e progressiva. Não é perceptível em um primeiro momento. Vai-se perdendo a audição de acordo com a maior intensidade de ruído e com tempo de exposição, ao longo dos anos. Isso depende também de outros fatores, como predisposição genética", esclarece a fonoaudióloga Rafaella Cardoso, da Telex Soluções Auditivas.