Normalmente, as montadoras fazem tudo para esconder seus próximos lançamentos, para contar com o fator novidade, além dos efeitos de marketing. Com o modelo V-Max, da Yamaha, foi exatamente o contrário. A fábrica apresentou durante o Salão de Tóquio de 2005 um protótipo do possível modelo, para substituir a consagrada e carismática V-Max 1200, com motorzão V4, lançada em 1984, em Las Vegas, e sem modificações até hoje. Fez mais. Criou um site para colher opiniões sobre como deveria ser o novo modelo.
Agora, de posse de uma montanha de informações, confirmou seu lançamento para 2008. Ao que tudo indica, vai mesmo conservar as formas apresentadas durante o Salão de Tóquio de 2005, as quais por sua vez foram inspiradas na V-Max atual. A explicação é simples. Desde o seu lançamento, a V-Max é uma espécie de equivalente em duas rodas dos Hot Rods e grandes V8 americanos, além das muscle bikes (muita força), e dragsters de arrancada. O público não só quer conservar essa imagem como também ampliar seus efeitos.
Transformação
Por incrível que pareça, a furiosa V-Max original, um dos modelos de maior longevidade e carisma da história do motociclismo mundial, foi equipada com motor derivado da pacata cruiser estradeira Venture. O propulsor com quatro cilindros em V, inclinados em 70 graus, equipado com refrigeração líquida e quatro válvulas por cilindro, passou por uma cirurgia de transformação para fornecer 145 cv de potência. Um espanto, já que, além do jeitão de malvada, não tem qualquer carenagem para aproveitar a velocidade.
Sua vocação são as brutais arrancadas e um desenho futurista, que permanece atual ainda hoje. A nova V-Max não podia desperdiçar essa bagagem e uma legião de fãs, mudando radicalmente o visual e seu conteúdo. Assim, a nova V-Max vai conservar a arquitetura do motor, com quatro cilindros em V, mas vai aumentar sua capacidade para 1.800 cm³. A cavalaria deve saltar para cerca de 200 cv. Para refrigerar o novo motor, com novas exigências, vão ser necessários dois grandes radiadores de água e óleo, que ficam expostos.
Imexível
O visual geral não vai deixar dúvidas da origem. Uma espécie de marca registrada, as tomadas de ar laterais ao falso tanque (na verdade, abriga o filtro de ar) foram reestilizadas e servem como uma espécie de turbo em altas velocidades, pressurizando a mistura e melhorando o desempenho. Em alguns mercados, o artifício não era usado em função da legislação restritiva. O verdadeiro tanque fica sob o banco. Os escapes também não foram alterados. Curtos e laterais, mas desta vez pintados, em vez de cromados.
As características da identidade visual do modelo foram preservadas, mas a Yamaha vai mexer em seu nome: Star V-Max, para, talvez, conferir mais status à linha custom Star, nos Estados Unidos. Nos outros mercados, nada muda. Os freios, para suportar as novas exigências, serão semelhantes aos da superesportiva R-1, com pinças radiais de seis pistãos. A suspensão traseira continua com duplo amortecimento, mas ganha novos amortecedores com reservatório de expansão de gás. O painel também foi modernizado e perdeu os relógios sobre o falso tanque.