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Royal Enfield Bullet 500 conserva visual de época, mas incorpora tecnologias atuais

Modelo da marca de origem inglesa é o mais antigo do mundo em produção, sem descontinuidade, mas adotou itens como injeção eletrônica e freio a disco

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Royal Enfield Bullet 500 conserva visual de época, mas incorpora tecnologias atuais
Royal Enfield Bullet 500 conserva visual de época, mas incorpora tecnologias atuais Foto: Royal Enfield Bullet 500 conserva visual de época, mas incorpora tecnologias atuais


A marca Royal Enfield tem uma longa história, que começou em 1901, na Inglaterra, primeiro fabricando bicicletas e motores estacionários. Logo depois, juntando os motores e as bicicletas, vieram as motocicletas, que também entraram no esforço das Grandes Guerras com modelos militares, que se espalharam pelo mundo. No início dos anos 1970, a marca fechou as portas na Inglaterra, mas permaneceu em produção na Índia, que agora faz o caminho inverso, exportando para todo o mundo, inclusive para o Brasil, onde desembarca oficialmente.

Para-lamas envolventes dão o toque retrô


A Bullet 500 – que chega ao Brasil junto com a Classic, com quem divide o motor, além da “café racer” Continental GT 535 – é considerada a motocicleta em produção, sem descontinuidade, mais antiga do mundo, um troféu que teve início em 1932, há quase nove décadas. O desenho de época foi mantido, assim como o lema da marca, “puro motociclismo”, que também reflete a sua tese mais atual: “enquanto o mundo gira rápido, nós vamos com calma”. É que o foco da marca não é o desempenho, mas a robustez.

O farol tem pestana e painel embutido

ROBUSTEZ Mesmo com a proposta de conservar o passado, a marca investe no futuro. Montou na Inglaterra, onde tudo começou, um centro de pesquisas e desenvolvimento e apresentou um novo motor, com dois cilindros paralelos e 650cm³ de cilindrada, para equipar futuras gerações. Porém, o modelo Bullet conserva o motor de um cilindro, com 499cm³ de cilindrada e refrigeração a ar, que desenvolve 27,2cv a 5.250rpm e um torque de 4,2kgfm a apenas 4.000rpm. Com o torque aparecendo em rotações mais baixas, o câmbio tem cinco velocidades.

Além disso, os tempos modernos aposentaram o jurássico carburador, substituído pela injeção eletrônica de combustível. O freio dianteiro também perdeu o antiquado tambor, ganhando um disco com 280mm de diâmetro, com pinça de duplo pistão. Na traseira, entretanto, o menos eficiente tambor persiste, embora também esteja preparada para receber o disco. No Brasil o modelo não oferece freios ABS, apesar do Conselho Nacional de Trânsito (Contran) ter determinado que, a partir de 2019, as motos acima de 300cm³ de cilindrada deverão estar equipadas com o sistema antiblocante de série.

Pilotagem é ágil, especialmente no trânsito urbano


ANDANDO O robusto motor proporciona surpreendente agilidade, especialmente em baixas velocidades, com uma relação de marchas mais curta que facilita as retomadas. Entretanto, além da idade avançada, os propulsores de um cilindro padecem do chamado “mal de Parkinson”, com vibrações mais elevadas em consequência de um projeto congelado no tempo. A velocidade final, porém, permite transitar em rodovias, dentro das velocidades máximas estabelecidas, sem muita adrenalina.

As suspensões, apesar de também convencionais, são adaptadas para encarar pisos irregulares, características tanto na Índia, quanto no Brasil. Na dianteira, tubos de 35mm e 130mm de curso. Na traseira, duplo amortecedor com cinco regulagens e 80mm de curso. O visual é o grande barato e apelo. Para-lamas envolventes, farol com pestana e painel embutido. Rodas raiadas com aro de 19 polegadas na dianteira e 18 polegadas na traseira deixam a impressão de um modelo vintage restaurado, embora seja zero-quilômetro. Já o custo/benefício acaba sendo contemporâneo: R$ 18.900.