A marca indiana de origem inglesa Royal Enfield, nasceu na Inglaterra em 1901, inicialmente produzindo bicicletas e motores estacionários. Motores e bicicletas se atraíram naturalmente para formar as primeiras motocicletas, que evoluíram e se espalharam pelo mundo. Entretanto, em 1970, com o avanço dos modelos nipônicos, mais econômicos e evoluídos, a marca fechou as portas na Grã-Bretanha. Porém, a produção na Índia não foi interrompida e se multiplicou de tal forma que também vai se espalhando pelo mundo.
O Brasil é um destes alvos, com a chegada dos modelos clássicos Interceptor 650 e Continental GT 650, que dividem o mesmo motor de dois cilindros paralelos (Twin), com 648cm³ de cilindrada, além do quadro de berço duplo em aço, suspensões, painel, freios, rodas, escape e até pneus. A diferenciação está na posição do guidão, no banco, no formato do tanque de combustível e na decoração, que estabelecem ergonomias de pilotagem diferentes. Desta forma, enquanto a Interceptor assume ares de uma naked, a Continental GT 650 incorpora o estilo café racer.
VOCAÇÃO O mercado brasileiro é tão importante para a marca que pretende produzir sua linha em fábrica própria em futuro próximo. Aqui, já comercializa os modelos Himalayan 400, do tipo on-off Road, e as vintage Classic 500 e Bullet 500. Esta considerada o modelo mais antigo do mundo em produção sem descontinuidade, desde 1932. A café racer continental GT 650 e a irmã Interceptor 650, assim como a Himalayan 400, fazem parte de uma nova geração, projetadas do “zero” para disputar o mercado global, sem esquecer as raízes, a simplicidade e a proposital robustez.
O motor segue a linha. Tem dois cilindros paralelos (Twin), com 648cm³ e a simplificada refrigeração a ar e óleo, conferindo solidez. O propulsor entrega 47cv a 7.250rpm e torque de 5,3kgfm a 5.250rpm. Porém, a apenas 2.500rpm, 80% do torque (4,25kgfm) já está disponível, o que facilita bastante as retomadas, além de reduzir a necessidade de trocas de marchas do câmbio de seis velocidades. Para tanto, o projeto do motor seguiu a tendência atual, com intervalo de ignição de 270 graus, proporcionando melhor aproveitamento do torque e surpreendentemente, baixa vibração.
ESTILO A Continental GT 650 adota o estilo café racer, inventado na Inglaterra dos anos 1950, quando a “moçada” se reunia nos cafés, exibindo a esportividade de suas máquinas, preparadas artesanalmente para maior desempenho. A Royal Enfield Continental GT 650 incorpora traços de esportividade, com o guidão mais baixo, tanque (13,7 litros) com tampa de competições (Monza), além de desenho menos arredondado e um banco com um ligeiro encosto lombar. Surpreendentemente, os aros em alumínio são iguais nas duas rodas, com 18 polegadas de diâmetro.
Os freios, com sistema ABS, contam com um grande disco de 320mm de diâmetro na dianteira, com pinça de dois pistãos ByBre (marca da Brembo) e a sofisticação dos flexíveis com aeroquip. Na traseira, disco de 240mm. A suspensão dianteira não invertida e sem regulagens tem 110mm de curso. A suspensão traseira é a clássica bichoque (a gás), com 88mm de curso e regulagens na pré-carga. O painel segue a linha clássica com mostradores redondos, mas com pequena tela digital com indicador de nível de combustível. O farol arredondado também compõe o estilo raiz do conjunto, que proporciona uma boa relação custo/benefício.