De Jundiaí (SP)* - A Royal Enfield, marca indiana de origem inglesa, desembarcou oficialmente no Brasil há cerca de dois anos, inicialmente com os modelos tradicionais Classic 500, a café racer Continental 535 e a clássica Bullet 500, considerada a mais antiga moto em produção sem descontinuidade do mundo, há quase nove décadas. Agora, em uma nova etapa, a Royal Enfield traz o modelo Himalayan 400, importado da Índia, uma motocicleta do tipo on e off-road com características de robustez explícita, mas itens de tecnologia atual, misturando tradição e presente.
O nome Himalayan é uma homenagem à cordilheira dos Himalaias, situada em parte no Norte da Índia, e onde também fica o ponto culminante do planeta, o Monte Everest, com 8.848 metros de altura. O projeto para construção do modelo partiu do zero e no desenvolvimento havia a opção, inclusive, de adotar um visual mais “contemporâneo”. Porém, para não fugir às tradições e manter o padrão, a opção foi adotar um desenho “raiz”, indicando a prioridade na robustez, com mecânica resistente, manutenção descomplicada (troca de óleo a cada 10 mil quilômetros) e econômica.
ROBUSTEZ O projeto contou com participação do estúdio inglês Harris Performance Products, onde a marca nasceu em 1901, antes de se mudar para a Índia e de lá exportar seus modelos clássicos, inclusive para a própria Inglaterra, voltando às origens. A experiência em produzir motos que rodam em terrenos quase sempre hostis, como a região dos Himalaias, foi mantida e ampliada. Para tanto, o motor foi desenvolvido com características mais longas, equipado com um cilindro, 411cm³ de cilindrada, arrefecido a ar, com radiador de óleo, duas válvulas e injeção eletrônica.
A potência atinge 24,5cv a 6.500rpm e o torque 3,4kgfm entre 4.000rpm e 4.500rpm. O balanceiro interno ajuda a neutralizar as vibrações, deixando o funcionamento do motor surpreendentemente redondo. O quadro em aço, do tipo berço duplo, também reforça a robustez, que inclui de série tubos nas laterais do tanque. Ajudam a proteger e a fixar bagagem extra, porém, também contribuem para aumentar o peso, que atinge 185kg a seco. Entretanto, o banco em dois níveis está a apenas 800mm de distância do solo, facilitando o apoio dos pés no chão.
ANDANDO A posição de pilotagem é mais ereta e confortável, típica dos modelos cidade/campo. O para-brisa ajuda na hora de acelerar na estrada, desviando parte do vento. Em baixas velocidades, a Himalayan mantém agilidade, permitindo também rodar no trânsito das cidades com desenvoltura. A sua porção da “terra” conta com roda de aro 21 polegadas na dianteira, melhor para superar obstáculos, e pneus mistos. O câmbio de cinco marchas, com relação mais longa, permite modular o acelerador na terra, porém, o peso mais elevado e o escape em posição vulnerável destoam.
A suspensão dianteira convencional, com tubos de 41mm de diâmetro e 200mm de curso, absorve bem os impactos, junto com um sistema mono de 180mm de curso na traseira. Os freios, com ABS de série, contam com disco de 300mm na dianteira e 240mm na traseira. Entretanto, não se pode desligar o ABS, o que dificulta a pilotagem na terra. O painel é completo, e para reforçar o caráter aventureiro, tem até bússola. O visual, com farol redondo, bagageiro e tanque mais “quadrado” (15 litros) completam o estilo “raiz”. Porém, a lanterna é em LED. O preço sugerido é de R$ 18.990.
*Viajou a convite da Royal Enfield