A japonesa Suzuki assombrou o mundo quando exibiu, no Salão de Tóquio de 2001, o modelo B-King 1300. A moto, classificada como conceito, estava equipada com enorme motor de quatro cilindros em linha, de 1300cm³ (herdado do modelo Hayabusa), alimentado com turbo compressor, e potência de (insanos) 250cv, que permite alcançar velocidade final superior a 300km/h. Agora, com mais ‘pé no chão’ e visão comercial, o fabricante anuncia a produção em série a partir de junho de 2007. O modelo ostenta quase o mesmo visual agressivo e instigante, transformando-se em uma supernaked, mas sem turbo e parte da eletrônica embarcada.
As motos conceitos são muito mais do que exercícios de criatividade da engenharia das montadoras para exibição de sua tecnologia nos salões e atrair o público. Sinalizam com antecedência os possíveis rumos a seguir. A aposta é em quanto tempo toda aquela tecnologia de ponta e o desenho inovador chegarão às motos de rua. No caso da B-King, o impacto foi tão forte e positivo na opinião pública, que sua influência estilística se alastrou, inspirando o visual do modelo GSR 600, lançado em 2005.
Respeito
A B-King vai chegar com um porte avantajado. O motor, de quatro cilindros em linha, 16 válvulas e 1299 cm³, está equipado com injeção eletrônica e fornece 174cv. Para refrigerar o conjunto, há dois enormes radiadores: um de água e outro de óleo. O quadro tem arquitetura periférica, construído em alumínio e abraça o motor para aumentar a rigidez e suportar as altas exigências de torção geradas pela potência e peso.
O enorme volume da B-King aumenta com os dois grandes escapes na rabeta da moto. Trata-se de exigência ambiental, mas que esquenta o microbanco da garupa, que fica debaixo de uma capa removível. Com um peso estimado de cerca de 200kg a seco, a nova B-King tem algumas soluções surpreendentemente esportivas.
Ciclística
O guidão é bastante estreito e plano, apesar das formas e volume, prevendo uma posição de pilotagem mais esportiva, apesar da grande distância entre-eixos. A suspensão dianteira é invertida, com tubos de 43mm e amplamente regulável. As rodas em liga leve têm aros de 17 polegadas, com pneus (240 mm na traseira), sem câmara e esportivos, características de modelos de alta performance. A suspensão traseira, do tipo mono, fica ancorada em uma bela e reforçada balança em alumínio.
A falta de carenagens antecipa desconforto aerodinâmico em altas velocidades, apesar de as tomadas de ar nas laterais ajudarem a pressurizar o motor e aumentar ainda mais a velocidade. Cobrindo o farol assimétrico, uma pequena proteção, que também abriga o painel, com recursos eletrônicos que incluem além das informações de praxe, navegador e computador de bordo. Os freios a disco têm pastilhas com ataque radial. O câmbio tem seis marchas e a transmissão final é por corrente. O preço deverá ser de 13 mil euros.