A guerra entre as grandes montadoras, para fabricar a melhor superesportiva de 1000 cm³, entrou de vez na era da eletrônica. Quem "manda" agora é um verdadeiro batalhão de chips, escondidos em caixinhas lacradas, a serviço do desempenho, gerenciando o motor e outros sistemas. Lançada mundialmente em fins de 2006, a versão 2007 da nova Suzuki GSX-R 1000 é um bom exemplo. Completamente reformulada, em relação ao modelo anterior, ela incorporou, entre outras novidades, um inédito botãozinho no punho direito, que, quando acionado, opera o milagre da multiplicação de motos.
Batizado de SDMT (Suzuki Drive Mode Traction), o novo sistema é comandado pelo piloto e gerencia o funcionamento do motor em três módulos. O primeiro, que pode ser chamado de "furioso", deixa a moto totalmente esportiva, possibilitando ao piloto explorar, no limite, os estratosféricos 185,1 cv a 12.000 rpm (7,1 cv a mais do que a versão anterior), do motor de quatro cilindros em linha, de 999 cm³, que tem injeção eletrônica e válvulas de titânio. O conjunto, aliado ao câmbio de seis marchas, permite superar os 295 km/h de velocidade final.
Opções
Mas, como não dá para rodar o tempo todo no módulo competição, o SDMT também oferece uma opção intermediária, na qual o batalhão de chips reduz a potência do modelo, em baixos e médios regimes (conservando a força a partir das 9.000 rpm), suavizando a moto, para rodar mais devagar ou em pisos menos aderentes. A terceira opção é totalmente ?zen?, deixando a moto mais calma e dócil e permitindo uma tocada mais rápida e segura em pisos escorregadios ou molhados, por exemplo.
Para "incorporar" estas três personalidades, a nova GSX-R 1000 mudou tudo em relação ao modelo anterior. Uma das novidade é o sistema de amortecimento eletrônico de direção, que controla a firmeza do guidão de acordo com a velocidade. O quadro é feito em alumínio, tem dupla trave e nova geometria, que permitiu outra "moda" mundial entre os projetistas: centralizar e rebaixar as massas, para melhorar a dirigibilidade e estabilidade, via recolocação do tanque de combustível (de 18 litros), mais para trás. A parte da frente abriga a caixa do filtro de ar.
Dupla
A nova GSX-R 1000, que já "barbariza" no Mundial de Superbike (disputado com motos de série e preparação limitada), conta com pedaleiras reguláveis e uma distância entre-eixos ligeiramente maior (saltou de 1.405 mm para 1.415 mm). A nova moto também ficou mais larga. A balança da suspensão traseira (do tipo mono e ajustável) também é nova e baseada nos modelos de competição. A suspensão dianteira conta com garfo invertido, com tubos de 43 mm de diâmetro, totalmente ajustável.
No estilo, a K7 ficou parecida com as irmãs menores (600 cm³ e 750 cm³), com tomadas de ar laterais no bico dianteiro. Outra mudança está no escape: em vez da saída única, agora tem dois canos curtos e laterais, um de cada lado, para atender às normas antipoluição Euro III. Por isso, o peso subiu de 166kg para 173 kg. Os freios são a disco duplos na dianteira (de 310 mm) e pinças radiais; e simples (de 220 mm), na traseira. O painel mistura elementos analógicos e digitais e tem luz de alerta para troca de marchas. A nova GSX-R 1000 K7 só deve chegar ao Brasil em dezembro de 2007. Mas o preço ainda não foi definido, devido ao estoque disponível dos modelos anteriores.