A terceira geração da Suzuki Hayabusa 1300 chega ao Brasil com mais eletrônica, modernizações no motor, no painel e no visual. Manteve, porém, o DNA, com formas arredondadas, generoso volume e muita velocidade, sem dispensar o conforto na pilotagem.
A primeira Suzuki Hayabusa foi lançada em dezembro de 1998, já como modelo 1999, e ganhou o apelido de The Beast ou “A Besta”, por sua furiosa velocidade final superior a 300km/h, e seu motorzão de quatro cilindros em linha de quase 200cv.
Nome inspirado em um falcão japonês
Entretanto, a história tem outro irônico rumo. O nome Hayabusa é uma homenagem a uma espécie de falcão peregrino japonês que ultrapassa os 300km/h quando mergulha para o ataque à sua presa favorita. O pássaro Melro, também conhecido como blackbird ou “pássaro negro”.
Coincidentemente (ou quase), blackbird, também batizava a sua rival na época, Honda CBR 1100XX Blackbird (DoubleX), para capitalizar o título de moto de série mais rápida do mundo. A Blackbird saiu de linha em 2007, mas a Suzuki Hayabusa prosseguiu e chegou à sua terceira geração.
Curiosamente, embora tenha esta característica de velocidade, a Suzuki Hayabusa na versão GSC 1300R não é uma superesportiva. Se encaixa no segmento de Sport-Touring. Além do desempenho e performance extremos, também proporciona conforto para viagens, com tanque de 20 litros, sem exigir tantos malabarismos ortopédicos do piloto.
O interessante é que na evolução do modelo em sua terceira geração, a velocidade final agora está limitada eletronicamente a “apenas” 299km/h. Ao atingir a marca, o motor corta a injeção de combustível para o piloto não abusar...
Como foi a evolução da Suzuki Hayabusa
Se a Suzuki Hayabusa é rápida no asfalto, sua modernização foi lenta como um cágado. A primeira versão durou uma década, sendo substituída em 2008 pela segunda geração, que adicionou potência ao motor. Outra versão, em 2013, atualizou o sistema de freios, com pinças Brembo monobloco e ABS. As formas volumosas e arredondadas foram mantidas, mas a iluminação ganhou LED.
A terceira geração da Suzuki Hayabusa, mais de duas décadas depois, contudo, foi generosa. Fora adicionadas 550 novas peças, recursos eletrônicos e assistentes de pilotagem. O motor, com quatro cilindros em linha e 1.340cm³, em função das exigências ambientais, perdeu 7cv em relação à versão anterior.
Fornece 190cv a 9.700rpm e um vigoroso torque de 15,3kgfm a 7.000rpm. Para compensar, a potência e o torque máximos chegam em rotações ligeiramente inferiores aos do modelo anterior, facilitando as retomadas e a pilotagem.
As mudanças começaram na respiração. O sistema Suzuki Ram Air Direct (SRAD), canaliza o ar como um turbo para a caixa do filtro de ar, que foi aumentada de 10,3 para 11,5 litros, proporcionando mais fôlego em velocidade.
O motor da Suzuki Hayabusa GSC 1300R ganhou novos pistões, bielas e virabrequim. O escape tem novas formas mais compactas e perdeu dois quilos em relação ao modelo anterior em função do emprego de materiais nobres. O quadro, em alumínio, tipo diamond, foi igualmente revisto e modernizado.
Muita eletrônica aplicada
A Suzuki Hayabusa ganhou uma unidade de medição inercial (IMU) de seis eixos que gerencia toda a eletrônica. São três mapas de motor (mais três customizáveis) com 10 níveis de controle de tração (mais o desligado), 10 níveis de controle de empinada (mais o desligado), três níveis de controle de largada e três níveis de freio motor (mais o desligado).
Entre os assistentes de pilotagem está o Hill Hold, que não deixa a moto voltar nas partidas em rampas, o quick shifter bidirecional (pode ser desligado) para trocar as marchas sem desacelerar e debrear, e o cruise control ou piloto automático para viagens. De forma inédita, incorporou um limitador de velocidade. Ao selecionar a velocidade, mesmo acelerando ela obedece, como a F1 no pit lane.
Pilotando a Suzuki GSX 1300R Hayabusa
A sensação de grande volume, provocado pela envolvente carenagem e rabeta curvilínea, desaparecem ao engatar a primeira. O peso de 264kg e a distância entre-eixos de 1.480mm somem ao soltar a embreagem. A Suzuki Hayabusa terceira geração conseguiu a proeza de eliminar a impressão de pilotar um navio veloz. Pelo contrário. A eletrônica, a ergonomia mais relaxada, embora esportiva, com semi-guidões mais baixos, pedaleiras mais altas e banco a 800mm do chão, proporcionam surpreendente agilidade.
O motor é um fenômeno nas retomadas e o acelerador (eletrônico) parece não ter fim. Pelo menos até 299km/h. Desta forma, a Suzuki Hayabusa terceira geração passa a ser confortável e veloz, longe de ser um transatlântico.
Outro sistema que contribui na sensação de controle, são as suspensões. Na dianteira, garfo invertido Kayaba com tubos de 43mm de diâmetro e 120mm de curso. Amplamente regulável na compressão, retorno e pré-carga, Na traseira, sistema mono Kayaba, em balança de alumínio, igualmente ajustável.
As suspensões são apoiadas em rodas de liga leve, com aros de 17 polegadas (mais esportivos), calçadas com pneus Bridgestone Battlax Hypersport sem câmara. Um pacote que permite mirar as curvas com e sem adrenalina.
Detalhes do painel
O painel da Suzuki Hayabusa tem uma configuração elegante que obedece a dois mundos. O analógico, com velocímetro e conta-giros de ponteiros, separados por tela digital em TFT, que fornece inclusive ângulo de inclinação,taxa de aceleração e posição do acelerador. O painel também indica a pressão do freio dianteiro e traseiro.
Na dianteira, o sistema de freio conta com duplo disco de 320mm de diâmetro (10mm a mais que a versão anterior) e pinças Brembo Stylema de quatro pistões. Na traseira disco simples com pinça Nissin. Ambos com ABS.
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