A Ducati Monster 821 não é apenas a caçulinha da família, que também conta com a irmã maior 1200. Montada em Manaus, em cooperação com a Dafra, a Monster 821 consegue reunir características para rodar na cidade com mais docilidade e sem tanto sacrifício, e também acelerar mais agressiva e esportivamente, confirmando a característica apimentada da marca. Para tanto, conta com o truque invisível da eletrônica, que permite mudar o comportamento do motor e de outros sistemas interligados, para satisfazer exigências opostas.
Quando foi apresentada em 2014, como sucessora do modelo 796, a nova Monster 821 também incorporou uma série de modernizações, mantendo, porém, o estilo peculiar da linha Monster criada pelo engenheiro Miguel Galuzzi em 1993. E se transformou no modelo mais vendido da marca. O visual naked, com tanque de maiores proporções (17,5 litros) e de formas arredondadas, além do farolzão sem moldura em destaque, do quadro em treliça e do tradicional motor de dois cilindros dispostos em “L”, com escape de saída dupla, foram mantidos.
ÁGUA O propulsor batizado de Testastretta 11º e herdado do modelo Hypermotard agora conta com sistema de arrefecimento líquido para atender às exigências ambientais de emissões de poluentes e ajudar a reduzir a fritura do piloto provocada pelo calor do motor. O tradicional comando de válvulas desmodrômico, que evita flutuações, melhorando o desempenho em altas rotações e desenhado por Fábio Taglioni em 1954, foi mantido. Junto com ele, um pacote eletrônico que integra três tipos de mapas de motor, oito níveis de controle de tração e três de ABS.
O número 821 não foi escolhido ao acaso. Indica a cilindrada do motor, que produz 112cv a 9.250rpm e torque de 9,1kgfm a 7.750rpm. Já o segredo para mudar de personalidade está em um simples toque de botão. No modo Sport a potência é plena, o controle de tração fica no nível 2 e o ABS no 1. No modo Touring, apropriado para estradas, a potência também é plena, mas entregue de forma mais suave, com o controle de tração no nível 4 e o ABS no 2. No modo Urban, a potência cai para 75cv e o controle de tração sobe para o nível 6 e o ABS para o 3.
ANDANDO Embora não seja uma esportiva, o jeito nervoso do modo de pilotagem Sport aumenta a adrenalina, com acelerações radicais e curvas que parecem mais redondas. Neste ponto, a posição de pilotagem com o corpo levemente inclinado para a frente e banco com regulagem de altura – 785 e 810 milímetros – ajuda na tarefa, mas não chega a cansar no modo Touring nem no Urban, quando fica mais mansa e amigável no trânsito, onde a potência bruta não resolve. Porém, inexplicavelmente, esqueceu-se um singelo item: o painel totalmente digital não traz o nível do combustível.
Os freios seguem a pegada esportiva da marca, com impressionante potência e precisão. Na dianteira, dois discões de 320 milímetros de diâmetro com pinças Brembo radiais de quatro pistãos. Na traseira, um disco de 245mm. O quadro tem arquitetura em treliça, mas a suspensão traseira do tipo mono, com 140mm de curso, perdeu o tradicional monobraço, ganhando balança dupla tradicional. A suspensão dianteira, com 130mm de curso, é invertida, porém, sem regulagens. As rodas de liga leve têm aros de 17 polegadas e o peso a seco é de 179,5kg. O preço sugerido é de R$ 46.250.