O estilo “café racer” surgiu na Inglaterra dos anos dourados de 1960, especialmente em Londres, quando a moçada saía dos cafés para disputar rachas, preparando artesanalmente os modelos originais. A Triumph Thruxton 1200 R revive essa época, mas, já vem pronta de fábrica, com opção de instalação de um kit para ficar mais esportiva, incluindo carenagem, guidão com posição mais baixa, incorporando também novas manoplas, novo escape de maior performance Vance&Hines, setas com estilo bullet (bala), correia em couro para o tanque e substituto de para-lama.
A inglesa Triumph, que tem fábrica no Brasil, instalada em Manaus, Amazonas, modernizou em 2015 a linha de modelos clássicos, Bonneville, que inclui a Thruxton, com uma versão mais simples (standard) e o modelo R, em um projeto que demorou quatro anos de gestação. O resultado foi o lançamento de novos motores, com inclusão de eletrônica e refrigeração líquida, além de avanços nos quadros, suspensões e freios. O propulsor da Thruxton saltou de 900cm³ para 1200cm³, conservando a tradicional arquitetura de dois cilindros em linha, característica da família Bonneville.
DETALHES O pacote do kit de transformação, batizado de Inspiration Kits, tem três opções: Café Racer, Track Racer (do modelo avaliado e que acrescenta RS 5.990 ao preço do modelo original de R$ 55.500) e Racer, especial para pistas, com alterações inclusive no motor. Porém, a Thruxton 1200R, com o kit Track Racer, apresenta ainda mais elementos clássicos esportivos, mantendo o elevado nível de fidelidade, como um falso carburador para não destoar e camuflar a “moderna” injeção eletrônica, assim como as aletas de refrigeração, para também disfarçar o arrefecimento líquido.
A Thruxton 1200 R já vem com uma capa do assento do passageiro na cor da moto, simulando uma rabeta de modelos de competição. O estilo é completado com os espelhos retrovisores posicionados nas pontas do guidão. De um lado, representam requinte de visual, mas de outro, atrapalham a movimentação no trânsito. O design inclui ainda rodas raiadas com aros de 17 polegadas de diâmetro, tampa de tanque esportivo (tipo Monza) e painel a moda antiga, com instrumentos redondos e conta-giros em destaque, como convém a um modelo que incorpora o desenho clássico.
MODERNA A viagem ao passado termina com a adoção de tecnologia. O motor de dois cilindros e oito válvulas tem arranjo de movimentação de pistãos a 270 graus, com pegada vigorosa desde os mais baixos giros, acelerador eletrônico e três níveis de controle de tração: chuva (pisos escorregadias), estrada e esportiva A potência máxima é de 97,8cv a 6.750rpm, enquanto o torque atinge 11,4kgfm a 4.950rpm. O câmbio tem seis marchas e a embreagem é do tipo deslizante, para evitar o travamento da roda traseira nas reduções mais radicais.
A posição de pilotagem deixa o corpo mais inclinado para frente e as pernas mais dobradas, preparados para o ataque. Porém, sem comprometer o uso diário. A viagem ao presente continua com lanterna com LEDs, computador de bordo, tomada tipo USB e chave codificada. Além disso, os freios são ABS, com duplo disco dianteiro de 310mm e pinças Brembo radiais de quatro pistãos, suspensão dianteira invertida Showa, com tubos de 43mm de diâmetro e 120mm de curso, e suspensão traseira Ohlins, com duplo amortecedor e 120mm de curso. Ambas reguláveis.