Lançada em 2009 para substituir a falecida Twister 250, que não mais atenderia às novas e mais rígidas normas de redução de emissões, a CB 300R foi projetada pela engenharia nacional, com a bênção da matriz japonesa, e chega na sua versão 2015 com leves atualizações de estilo, mantendo o mesmo conjunto mecânico. O desenho, porém, foi nitidamente inspirado na badalada Hornet 600, que também já subiu no telhado e saiu de linha, com um visual propositalmente mais encorpado para dar a sensação de ser um modelo maior.
A estratégia é para se tornar um modelo de transição e seduzir quem está escalando os primeiros degraus rumo a modelos maiores. Assim, um porte maior afasta dúvidas de que não se trata de uma 125 ou 150, confirmando o salto. Um dos ingredientes desta receita está no tanque de combustível de proporções mais avantajadas, 18 litros de capacidade, além dos pneus de medidas um pouco mais largas. Na hora de acelerar, entretanto, o motor não faz milagres. Ao contrário do visual ligeiramente anabolizado, tem comportamento compatível com a cilindrada.
ANDANDO Porém, para rodar na cidade, a verdadeira praia desta naked, a pegada é muito boa. Deixa o trânsito para trás com extrema facilidade, arrancando na frente, e mantém a velocidade sem perda de fôlego. Contribui nesta empreitada um bom compromisso e relação entre as medidas de altura do guidão, a posição das pedaleiras e o formato anatômico do banco, deixando o piloto em uma posição mais bem resolvida para encarar a pauleira diária do trânsito. Entretanto, se for preciso, também enfrenta as estradas.
Para reforçar a vocação, o robusto motor, com 291,6cm³, tem um cilindro, refrigeração a ar e injeção eletrônica, além de poder beber gasolina ou etanol. Porém, se abastecida com o combustível de cana, ganha um fôlego extra quase imperceptível. Com gasolina, a potência é de 26,53cv a 7.500rpm e o torque 2,82kgfm a 6.500rpm. Com etanol, a potência passa para 26,73cv e o torque para 2,86kgfm, nas mesmas rotações. Uma ajudinha no desempenho e, dependendo da diferença de preços entre os combustíveis, também no bolso. E se o etanol gasta mais, o tanque maior garante a autonomia.
VISUAL Na versão 2015, a principal alteração no visual foi a adoção das rodas de liga leve pintadas de dourado. Embora não mude absolutamente nada no desempenho, deixa o modelo mais “requintado”, além de conferir a sensação de maior performance. Nesta linha, também é comercializada a nova versão, com decoração inspirada nas cores do time de competições da marca, badalado Honda Racing Corporation (HRC), com o branco predominando e detalhes em vermelho e azul. Além dessa versão estão disponíveis as tradicionais cores preto e vermelho.
A suspensão dianteira é a clássica telescópica, com 130mm de curso, e a traseira do tipo mono, com 105mm de curso. O câmbio tem cinco marchas. Já os freios contam com o sistema C-ABS, que além de impedir o travamento das rodas distribui a pressão da frenagem entre elas, com disco de 276mm na dianteira e 240mm na traseira e normalmente presente somente em modelos maiores. No entanto, o sistema é opcional e acrescenta R$ 1.782 ao preço sugerido. A versão standard, preta ou vermelha, custa R$ 12.736. A branca HRC, R$ 12.890, e a branca HRC com C-ABS, R$ 14.518.