A Yamaha foi a primeira indústria japonesa de motocicletas a se instalar no Brasil em 1975, em São Paulo. Mas foi também praticamente a primeira a ir embora. É que, apesar de todo o mercado à sua disposição, optou por modelos equipados com motores do tipo dois tempos, que se mostraram pouco competitivos. A sua participação mercadológica desceu a níveis desprezíveis, até que inaugurou sua fábrica em Manaus, em 1985, e também nova diretriz, rumo a uma mudança de linha, com foco nos motores do tipo quatro tempos.
Entretanto, a verdadeira virada de mesa só viria em abril de 2000, com o lançamento do modelo YBR 125. Uma moto utilitária, moderna, equipada com comando de válvulas no cabeçote, acionada por corrente, que se mostrou robusta e econômica. O modelo, desenvolvido em parceria com as engenharias japonesa e brasileira, foi muito bem aceito pelo consumidor e tem no nome as iniciais de Yamaha e Brasil, além de ter sido o responsável pela recuperação mercadológica da marca no país, hoje em 14%.
Primeira
O modelo gerou filhotes, como a XTZ 125, fora-de-estrada, e XTZ 125X motard. No fim de 2004, passou pela primeira modernização, que, porém, se restringiu a detalhes de estilo e grafismo. Agora, veio a primeira grande e radical reforma, que passa pelo visual, ergonomia, ciclística e melhoramentos técnicos, além da denominação, que ganhou o sobrenome YBR Factor, ficando bastante semelhante ao modelo maior, YS 250 Fazer. O modelo estará disponível na rede na primeira quinzena de setembro.
A nova motocicleta chega para dar uma resposta ao segmento 125 cm³, cada vez mais concorrido, com entrada de diversas marcas, especialmente chinesas, e sozinho responsável por cerca de 70% de todo o mercado nacional. Os preços (em São Paulo) não são definitivos, mas serão em torno dos R$ 5.600 para o modelo K, com partida a pedal e freio dianteiro a tambor; R$ 6.210 para o modelo E, com partida elétrica e freio dianteiro a tambor; e R$ 6.585 para o modelo ED, com partida elétrica e freio dianteiro a disco.
Modernização
No visual, que já andava defasado, mudanças radicais. A nova YBR 125 Factor ganhou tanque com falsas tomadas de ar e a mesma capacidade de 13 litros. O pára-lamas traseiro também foi redesenhado, assim como o painel, que ficou mais inclinado e tem nova iluminação e marcador de combustível. O modelo ED ganhou novas rodas em liga leve e pneus Metzeler ME 22 sem câmara, além de pinça de freio (a disco com 234 mm), de maior diâmetro. Os modelos K e E têm rodas raiadas, freios a tambor com 130 mm e pneus com câmara. A Factor ganhou ainda novas setas, refletores e suporte do farol.
O quadro é do tipo diamante em tubos de aço, com nova montagem, que também proporciona melhor distribuição de peso. Para a garupa, novas alças para as mãos e pedaleiras fixadas no quadro pelo "bacalhau". O escape é novo, com proteção, assim como a trava de capacete. O motor, de um cilindro, refrigerado a ar, fornece 12,5 cv a 7.500 rpm (500 rpm a menos) e torque de 1,19 kgfm a 6.500 rpm. O carburador é novo, assim como o CDI. A suspensão traseira tem dois amortecedores e 105 mm de curso, enquanto a dianteira é telescópica, com 120 mm de curso. O peso aumentou 5 kg, passando para 110 kg no modelo K e 112 kg nos E e ED. As cores são azul, vermelho, preto e prata.