O mercado tem uma lógica parecida com a do sapo, que só pula por necessidade. Quando o segmento das motocicletas de 600 cm³ esquentou, com o lançamento da nova Honda Hornet 600, mantendo o mesmo visual da última geração européia, equipada com injeção eletrônica, mas mesmo preço da antiga, e com a modernização da Suzuki Bandit 600, que passou para 650 cm³ e ganhou refrigeração líquida, a Yamaha foi obrigada a se mexer, ajustando seus modelos

A estratégia da montadora foi "nacionalizar" por Manaus os modelos FZ6 600, na versão N (Naked), sem carenagem, e na S (Sport), com semicarenagem, para eliminar alguns impostos e poder praticar preços mais competitivos. As novas motocicletas, já na versão 2009, estarão disponíveis a partir de setembro na rede de concessionárias, com preço sugerido, posto Manaus, sem seguro e frete, por R$ 32 mil o modelo FZ6 N e R$ 33.800, a FZ6 S.

A Yamaha importa as motos FZ 600 desde 2005 nas duas versões, que têm a mesma base mecânica. O motor é um poderoso quatro cilindros em linha, equipado com refrigeração líquida, 16 válvulas e injeção eletrônica, que desenvolve 98 cv a 12.000 rpm e torque de 6,4 kgfm a 10.000 rpm, herdado da superesportiva R-6, versão 2005, devidamente amansado para as novas solicitações. O quadro, entretanto, é completamente novo e desenvolvido especialmente para as FZ6.

Construído em alumínio, com novas técnicas siderúrgicas, que reduzem a necessidade de costuras e soldas, aumentando a rigidez, tem arquitetura diferente, que abraça o motor por cima, fazendo dele parte de sua estrutura. A diferença entre os modelos é a semicarenagem no modelo S, que também modifica os faróis. A versão N tem apenas um farol assimétrico, enquanto a versão S tem dois faróis, tipo olhos puxados, que lembram propositalmente a prima superesportiva R-6.

Escolha
As Yamahas FZ6 também conservaram o sistema de escapamento alto, com saída por baixo da rabeta. Esse formato já foi uma tendência, que vem sendo substituída pela saída baixa e curta, para rebaixar e centralizar as massas. A versão S permite, com a semicarenagem, viagens com maior conforto aerodinâmico. Porém, pesa a seco, 186 kg, exatos 8 kg a mais do que a versão N, que tem maior desenvoltura no trânsito.

A suspensão dianteira é do tipo telescópica, com tubos de 43 mm de diâmetro e 130 mm de curso, mas sem possibilidade de regulagens. A suspensão traseira é do tipo mono, também com 130 mm de curso, mas regulável. O freio dianteiro tem duplo disco de 298 mm de diâmetro e o traseiro, disco simples de 245 mm. O sistema ABS, presente nas versões européias, não estará nem na lista de opcionais. As rodas são em liga leve, aros de 17 polegadas e o tanque comporta 19 litros.