A Ford americana revelou imagens raras de 10 protótipos relacionados à história do Mustang. Esses veículos-conceito mostram como o fabricante tentava se antecipar às aspirações dos consumidores e já deixavam produtos prontos para ser lançados, ainda que eles nunca tenham chegado às ruas. O modelo está em sua sexta geração, que finalmente foi confirmada para o Brasil durante o Salão do Automóvel de São Paulo, após longo flerte. Em breve, a Ford vai abrir a pré-venda do modelo, que será entregue só em 2018. Essa vontade de ter um Mustang foi reacesa com a chegada da quinta geração do modelo, em 2005, que faz uma clara releitura do veículo original de 1964.
O Mustang nasceu da demanda por um veículo pequeno (para os padrões americanos), com estilo esportivo, preço acessível, mas com motor potente. A mais antiga das imagens divulgadas pela Ford mostra um protótipo de 1961 em que é preciso ter um pouco de boa vontade para enxergar as primeiras linhas do que viria a ser o Mustang de produção. De acordo com a Ford, esse protótipo foi chamado de Aventura e depois de Allegro, mas foi rejeitado por ter apenas dois lugares.
Os estudos chegaram às dimensões próximas do modelo de produção a partir de um protótipo de 1962, apresentado pela equipe de design liderada por Gene Bordinat. Porém, ainda só é possível reconhecer ali o porte e os faróis circulares do Mustang, faltando ainda muito sex appeal para chegar ao modelo que iria revolucionar o mercado. Já num conceito em argila de 1963 é possível reconhecer as linhas musculosas do Mustang. A dianteira não dá ideia dos faróis, mas, se você reparar bem, o emblema da grade traz um puma no lugar do cavalo. Nos painéis dianteiros ainda há a inscrição Torino. Será que a marca ainda não tinha certeza de que atrelar a imagem do carro à raça de cavalos selvagens seria uma boa ideia?
O Mustang foi lançado no início de 1964 com carrocerias cupê e conversível, ambas de quatro lugares. Um estudo de 1964 mostra que a Ford considerou fabricar um Mustang de dois lugares, um pouco menor mas com as mesmas linhas, para concorrer com modelos europeus da Jaguar, MG e Austin. O modelo fez tanto sucesso que a Ford pensou em novas versões para surfar na mesma onda, como a proposta de um quatro-portas, apresentada em 1965, que nunca foi lançado. Ainda nesta levada “familiar”, em 1966 foi imaginada uma perua de duas portas, para manter a aparência esportiva, no estilo shooting brake. Mas, como Mustang não é Corcel, a ideia também não vingou.
No Salão do Automóvel de Detroit de 1966, a Ford apresentou o Mach I Concept, veículo com linhas esportivas que iriam influenciar a reestilização do fastback, em 1967. Já em 1971, talvez no embalo da segunda geração, lançada em 1974, foi apresentado um estudo que muito pouco faz lembrar o Mustang original, assim como o que viria. Porém, outro conceito desse mesmo ano já mostrava a futura silhueta da segunda geração do veículo, que seria mais compacta. Também em 1971, a Ford encomendou uma proposta do Mustang 2 para o estúdio de design Ghia, da Itália. O protótipo de faróis escamoteáveis ficou lindo, mas pouco tinha a ver com o estilo do Mustang.