A Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) divulgou, nesta quarta-feira (10), o fechamento dos dados de produção e emplacamentos da indústria automotiva brasileira. Em live comandada por Márcio Lima, presidente da associação, foram divulgados números apurados em 2023.
O presidente da Anfavea abriu a live dizendo que o mercado está em fase de ajuste e que foram registradas mais importações de automóveis do que exportações, quando se compara 2023 a 2022.
Confira os números de 2023
A produção de automóveis e comerciais leves foi de 2,2 milhões de unidades, representando um aumento de 1,3% em relação a 2022. O número poderia ter sido ainda maior, porém, houve um encolhimento de 16% nas exportações, enquanto as importações subiram 29%.
Os números não foram bons para a produção de caminhões, que teve queda de 37,5%, momento mais difícil da história recente. O motivo, explica Lima, se dá pelo alto custo das novas tecnologias de emissão que foram adotadas para atender a etapa P8 do Proconve.
"Em função das novas regras de emissões, isso afetou muito o mercado de caminhões. E a maioria das vendas foi de caminhões já em estoque, antes das novas regras entrarem em vigor. Em 2023, o Brasil abriu o ano com 60 mil caminhões em estoque, enquanto esse ano o número está na faixa de 38 mil. Por isso, houve uma queda no cenário geral dos veículos
"
por Márcio Lima, presidente da Anfavea
Somados os números de veículos leves e pesados, totalizaram 2,32 milhões unidades produzidas em 2023. Isso representa uma pequena queda de 1,9% em relação a 2022.
A venda de veículos leves apresentou os melhores números. Foram 2,18 milhões de unidades vendidas, tendo uma alta de 11,2%. Para caminhões e ônibus, as vendas chegaram a 2,30 milhões de unidades, 9,7% maior em relação a 2022.
Os emplacamentos fecharam dezembro com uma média 12,4 mil unidades por dia, sendo o melhor resultado dos últimos quatro anos. As locadoras têm grande influência no resultado, já que adquiriram 75 mil unidades, 30 mil a mais que em 2022.
Outro fator decisivo foram as promoções feitas no fim do ano para compra de modelos híbridos e elétricos antes da volta do Imposto de Importação.
Exportações
As exportações caíram em relação a 2022. No ano passado, foram exportadas 403,9 mil unidades, enquanto em 2022 as exportações tiveram número de 408,9 mil unidades comercializadas com outros países.
A novidade é que o México foi o país para o qual o Brasil exportou mais carros, posto retirado da Argentina, que nunca havia perdido o pódio antes. A presença de produtos brasileiros no México representa 8% do mercado total mexicano.
Mercados como o da Argentina, que tiveram queda de 16% nas exportações, Chile, com queda de 57% e Colômbia, perda de 53%, justificam o recuo expressivo.
Programa Mover
Apesar das quedas em algumas áreas, o presidente da Anfavea, Márcio Lima, vê que o programa Mover tem capacidade para alavancar a indústria.
De acordo com Lima, o programa trabalharia na produção, mas engloba também pesquisas e investimentos na indústria. O governo já destinou R$ 19,3 bilhões em incentivos para os fabricantes até 2028.
Márcio Lima enxerga que o programa atrai investimentos e tira a dúvida em relação ao mercado de híbridos e elétricos.
O presidente também prevê que 2027 será um marco para a descarbonização dos veículos – principal objetivo do Mover.
A associação prevê, de forma otimista, um crescimento no mercado. Para Anfavea, haverá crescimento de 6,1% nos emplacamentos, 6,2% na produção e 0,7% nas exportações.
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