Vender um carro usado ou seminovo nem sempre é uma tarefa fácil, principalmente quando o comprador é uma concessionária ou revendedora de veículos. Neste caso, para que a empresa compre o seu carro usado ou o aceite como parte do pagamento de um novo, será necessário submetê-lo a vistoria de um avaliador.
Durante a avaliação, o profissional analisará uma série de fatores relativos ao seu carro, como estado de conservação e quais os reparos precisarão ser feitos pela concessionária para revendê-lo. Portanto, o preço final a ser oferecido pelo seu veículo pode ser muito diferente da sua expectativa.
Como funciona a análise do avaliador?
O processo de avaliação começa pela checagem física do veículo, com análise do estado de conservação da pintura e lataria. Na sequência é avaliado o estado dos pneus e funcionamento de componentes como câmbio, motor, direção, suspensão e freios.
Já na parte interna, o avaliador irá conferir o estado dos revestimentos dos bancos e portas, as luzes do painel, o estado de conservação e funcionamento dos vidros e a limpeza do interior. Por isso, é importante evitar ações como fumar dentro do carro ou transportar animais, já que o mau cheiro e os pelos podem desvalorizar o veículo na hora da revenda.
Neste processo, o avaliador também checará a presença dos componentes obrigatórios do veículo, como manuais de instrução, chave reserva, estepe, triângulo, entre outros.
Para entender melhor como funciona a avaliação, confira a seguir cinco fatores que – definitivamente – influenciam no valor final pago pelo seu veículo.
Alta quilometragem
Um fator muito conhecido por derrubar o preço do carro usado na hora da revenda é a sua quilometragem. Em geral, carros acima dos 100 mil quilômetros rodados perdem muito do seu valor de mercado.
Porém, é preciso lembrar que o ano de fabricação tem relação direta com a distância percorrida pelo veículo e pode tornar mais rígida ou mais branda a análise do avaliador.
Isso por que, 100 mil quilômetros rodados em um carro com 10 anos de uso é muito mais comum – e compreensível – do que em um carro com dois anos, por exemplo. Portanto, esses dois fatores serão analisados em conjunto durante a avaliação.
Em geral, carros que rodam até 12 mil quilômetros por ano são considerados pouco rodados e, muito provavelmente sofrerão menor depreciação na hora da revenda.
Batidas e acidentes prejudicam o valor de revenda
Independentemente de quem está ao volante, todos os veículos estão sujeitos a se envolverem em acidentes de trânsito. No cotidiano, pequenos acidentes e batidas por falta de atenção são muito comuns e acabam gerando danos à estrutura externa do veículo. Neste caso, a troca de peças ou a ajuda de um bom martelinho de ouro e funileiro podem resolver o problema.
Porém, quando os acidentes são graves e acabam prejudicando estruturas fundamentais do veículo como motor, radiador e outros componentes, não importa o que se faça, na avaliação de carro, ele será desvalorizado. Isso acontece porque as chances de o veículo apresentar um problema decorrente da batida são mais altas.
Portanto, se você pretende vender o seu carro que se envolveu em uma batida grave, fique ciente de que ele não valerá tanto quanto você espera, mesmo que tenha passado por um bom reparo.
Modificações
Se você é do tipo de motorista que gosta de um carro rebaixado ou que se preocupa com a segurança e tem um carro blindado, o processo de avaliação pode te deixar decepcionado. O motivo? Carros com alterações de estrutura, além de serem menos procurados também podem dar dor de cabeça na hora de aderirem ao seguro, por exemplo.
Portanto, caso você tenha promovido alguma alteração no veículo, o ideal é que ela seja desfeita antes de passar pela avaliação.
Vale lembrar, no entanto, que nem todas as customizações são mal vistas. Um exemplo é, se o veículo saiu de fábrica com bancos revestidos em tecido e você trocou por couro, é possível que o valor de revenda não caia e seu carro seja mais interessante para o revendedor.
Histórico de leilão
Essa é uma questão polêmica quando o assunto é revenda de veículos. Apesar de representarem uma boa oportunidade para muitas pessoas, por terem valor muito inferior ao preço de mercado, donos de carros de leilão podem ter dificuldades na hora de revender.
Carros de leilão em geral já foram batidos ou passaram por maus bocados como enchentes e roubos, fazendo com que o mesmo valor barato pago pelo dono na hora da compra também seja oferecido pelo avaliador na hora da revenda.
Portanto, se você está com ideia de trocar o seu veículo adquirido em um leilão, é importante considerar que mesmo em ótimo estado de conservação ele terá depreciação pelo histórico.
Modelo e demanda pelo carro
Outro fator que influencia na avaliação do carro é a marca. Assim como qualquer produto, o veículo tende a ser mais bem avaliado quando a marca tem boa aceitação no mercado.
Além disso, valores de manutenção e disponibilidade de peças também variam muito de marca para marca e podem ser decisivos na tomada de decisão dos compradores. Por isso, carros de marcas com boa trajetória no país e com bom atendimento ao público, tendem a ser mais bem avaliados.
Estado de conservação influencia – e muito – no valor de revenda
Como já era de se esperar, carros batidos, com pneus carecas e/ou com a pintura desgastada, definitivamente sofrerão nas mãos de avaliadores. E vamos combinar que eles não estão errados, já que poucos compradores encaram um veículo esteticamente prejudicado apenas por sua qualidade e potência, por exemplo.
Um exemplo clássico disso são os famosos "carros de litoral". Quando expostos à maresia, os veículos tendem a sofrer manchas na pintura e nos vidros, corrosão de peças metálicas e desgaste das borrachas do veículo, prejudicando bastante seu estado de conservação.
Mas, fique atento, se você estiver pensando em revender o seu veículo e ele tem pequenos arranhões e detalhes na pintura, não faça a repintura da peça.
Além de você correr sério risco de ter um carro com cores desiguais de pintura, um avaliador pode suspeitar que o veículo tenha sofrido um acidente mais grave, no qual foi preciso trocar peças e fazer grandes reparos. Com isso, ele certamente reduzirá o preço final oferecido pelo seu carro.
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