O Dodge Charger está no Olimpo dos automóveis clássicos: trata-se de um dos ícones da indústria estadunidense e, talvez, o mais representativo dos chamados muscle-cars. No ano passado, o modelo, então na sétima geração, saiu de linha após o lançamento de diferentes séries especiais de despedida, chamadas de Last Call. De acordo com o fabricante, ele regressaria com propulsão 100% elétrica, o que soou como heresia para os fãs. Ao que parece, porém, as preces dos entusiastas foram ouvidas.
A versão totalmente elétrica segue nos planos e, sim, deve integrar a gama do modelo. A Dodge, inclusive, publicou algumas fotos da novidade na página oficial no Instagram, mas sem revelar detalhes: a postagem afirma apenas que o lançamento ocorrerá no fim de 2024 e que o veículo mostrado ainda é um pré-série. Porém, de acordo com a imprensa dos Estados Unidos, uma versão com motor a combustão, de alta potência, também está nos planos.
O que evidencia a estratégia de oferecer as duas opções de motorização é a nomenclatura do modelo. É que a Dodge tem se referido ao modelo como Charger Daytona: segundo a imprensa dos Estados Unidos, essa denominação será exclusiva das versões elétricas. Isso, então, abriria espaço também para uma configuração a combustão, sem o sobrenome alusivo à pista de corridas localizada na Flórida.
Outra peça que indica que o Dodge Charger não terá apenas propulsão elétrica é o recente desenvolvimento de um novo motor de seis cilindros em linha de alto desempenho por parte do Grupo Stellantis, detentor da Chrysler. Trata-se de um 3.0 biturbo que, nas variantes mais potentes, superará os 500cv, mesma faixa de potência do Hemi V8 6.4 que equipou a última geração.
Essa nova unidade de seis cilindros recebe o nome de Hurricane, que também é adotado no 2.0 turbo que equipa a Ram Rampage. Isso não ocorre por acaso: o motor maior divide as medidas com o menor, porém exibe dois cilindros a mais. Menor e mais leve, ele consome 15% menos combustível e emite 15% menos poluentes que o já citado Hemi V8, mas entrega desempenho similar.
Como será o novo Dodge Charger?
Na futura geração, que será a oitava em âmbito global, o Dodge Charger terá um design agressivo e, ao mesmo tempo, com alguns elementos que remontam ao modelo original. Um deles é a grade integrada aos faróis que, por sua vez, são interligados por uma fita de LED. Claro, não faltam muitos vincos à carroceria e um capô dotado de ressalto central, transmitindo a ideia de músculos.
Porém o que mais chama atenção é a volta da carroceria do tipo cupê de duas portas, que marca uma verdadeira volta às origens do modelo, já que as duas últimas gerações tinham quatro portas. Essa característica denota mais esportividade e demonstra ousadia por parte da Dodge, já que cada vez menos fabricantes vêm apostando em veículos dese gênero.
História de quase 60 anos
A primeira geração do Dodge Charger chegou ao mercado estadunidense em 1966. Entretanto, foi a segunda linhagem, lançada em 1968, que transformou o modelo em ícone. As belas e agressivas linhas da carroceria, associadas a enormes motores V8, fizeram dele um muscle-car perfeito. A fama internacional veio após a participação nas famosas cenas de perseguição do filme Bullit, também de 1968.
A Dodge também fabricou o Charger no Brasil. O modelo nacional, porém, era completamente diferente do homônimo estadunidense: por aqui, o icônico nome foi aplicado a uma variação mais luxuosa e esportiva do Dart. Isso, entretanto, não impediu que o cupê se tornasse um verdadeiro sonho de consumo na época: hoje, ele é um dos mais valorizados e desejados carros antigos brasileiros.
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