No ano passado, a Toyota já havia sofrido as consequências por fraudes em testes de segurança com o Yaris. Agora, a marca japonesa teve de suspender as vendas de 10 de seus modelos por problemas nas certificações dos motores a diesel.
Entre os modelos que terão vendas suspensas estão a Hilux e SW4, veículos que são comercializados no Brasil, vindos da Argentina. O problema foi identificado após a montadora utilizar um software diferente do que o usual para certificar a produção em série dos motores.
Como funciona a fraude
Foram afetados três tipos de motores que, de acordo com Koji Sato, CEO da Toyota, são instalados em 36 mil unidades de modelos da marca por mês no mundo. Os propulsores são turbodiesel e da família 1GD, sendo que o 2.8 litros equipa modelos vendidos no Brasil.
Em comunicado, a Toyota esclareceu que o objetivo da fraude era deixar os valores de potência – número de cavalos e torque do propulsor – "mais suaves e com menor variação". A montadora japonesa ainda informou que os donos de veículos não precisam parar de usar os carros.
A má gestão dos testes nos propulsores afetaria apenas alguns países onde são comercializados os modelos, mas a Toyota afirma que o Brasil está fora desta lista. "A fraude não teria impacto sobre a potência real, o torque ou quaisquer outras medidas com relação ao trem de força dos carros", afirma a montadora.
O Ministério dos Transportes do Japão emitiu um comunicado dizendo que pediu para a Toyota Industries resolver a questão dos problemas nos testes de motores. Para ter certeza de que as fraudes seriam sanadas, o órgão realizará inspeções e aplicará penalidades para a empresa.
De acordo com porta-voz do ministério, os problemas nos testes abalam a confiança dos compradores e poderiam afetar o sistema de certificação automotiva, gerando dúvida em relação às outras montadoras.
Não é a primeira vez da Toyota
Em 2023, a empresa teve outra polêmica. Uma subsidiária da empresa enviou veículos para testes de colisão com reforços estruturais nas portas e colunas do modelo Yaris. Na época, o Ministério do Transporte do Japão fez com que a marca refizesse o teste do modelo sem os reforços.
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