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E agora?

Elon Musk afirma que chineses vão demolir indústria automotiva global

De acordo com o CEO da Tesla, se países não adotarem barreiras comerciais, chineses vão acabar com as marcas convencionais

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Elon Musk é CEO da Tesla
Elon Musk é CEO da Tesla Foto: Andreas Solaro/AFP

O avanço de alguns fabricantes chineses de carros em vários mercados do mundo está tirando o sono de Elon Musk. Em uma teleconferência de resultados, o CEO da Tesla usou um termo forte para descrever essa tendência, afirmando que as montadoras chinesas vão 'demolir' os concorrentes ocidentais, caso não sejam estabelecidas barreiras comerciais.

A análise de Elon Musk foi voltada principalmente pelo avanço de carros elétricos chineses. 'Eles são extremamente bons', admitiu. O mais interessante é que, em 2011, há quase 13 anos, o CEO da Tesla chegou a ridicularizar as chances dos chineses dominarem o mercado automotivo mundial.

No entanto, no último trimestre de 2023 a chinesa BYD 'bateu' a Tesla e se sagrou o maior vendedor mundial de veículos elétricos com cerca de 530 mil unidades, contra 485 mil da montadora de Elon Musk.

Tesla ainda não teme o avanço dos carros elétricos chineses

Elon Musk, CEO da Tesla, declarou que montadoras chinesas vão demolir marchas tradicionais, caso não sejam adotadas barreiras comerciais.
Concessionária Tesla Foto: Spencer Platt/AFP

De acordo com reportagem da Forbes de Portugal, a Europa vai investigar a BYD para averiguar a obtenção de subsídios excessivos dos carros elétricos por parte do governo chinês. Já os Estados Unidos estuda a possibilidade de aumentar tarifas para conter o avanço.

A BYD vai produzir carros elétricos na Hungria para tentar contornar o aumento de tarifas por parte da Europa.

A briga mais acirrada promete ser na Europa, e entre os carros elétricos de entrada.

O banco de investimentos UBS calcula que marcas chinesas - como BYD, Geely, SAIC, NIO e GWM - têm uma vantagem de preço na casa dos 30%.

No entanto, a Tesla, de Elon Musk, ainda não é vítima desse avanço chinês dos carros elétricos, papel reservado a fabricantes tradicionais como Ford, General Motors e Volkswagen.

Brasil já retomou o imposto de importação

Elon Musk, CEO da Tesla, declarou que montadoras chinesas vão demolir marchas tradicionais, caso não sejam adotadas barreiras comerciais.
BYD Dolphin foi o elétrico mais vendido do Brasil em 2023 Foto: Jorge Lopes/EM/D.A Press

O Brasil já começou a 'subir o muro' para proteger a sua indústria automotiva. Em 2024, o governo federal voltou a cobrar imposto de importação para os veículos eletrificados. Para os elétricos, 2024 começou com uma recomposição de 10%, que vai subir para 18% em julho de 2024, 25% em julho de 2025 e, finalmente, 35% em julho de 2026.

Já para os carros híbridos a tarifa foi para 12% em janeiro de 2024, depois sobe para 25% em julho de 2024, 30% em julho de 2025 e 35% em julho de 2026. Os híbridos plug-in foram tarifados em 12% em janeiro de 2024, percentual que sobe para 20% em julho de 2024, 28% em julho de 2025 e 35% em julho de 2026.

BYD e GWM entram no Brasil como fabricantes

Elon Musk, CEO da Tesla, declarou que montadoras chinesas vão demolir marchas tradicionais, caso não sejam adotadas barreiras comerciais.
Navio da BYD é dedicado apenas às sua exportações Foto: AFP

No entanto, essas últimas marcas chinesas de carros eletrificados que chegaram ao Brasil têm planos avançados de produção nacional, o que dribla as barreiras alfandegárias e pode colocar em xeque a indústria automotiva nacional, que 'dormiu de touca' no quesito carro elétrico.

A chinesa BYD vai fabricar seus carros elétricos em Camaçari (BA), antiga planta da Ford. A operação deve começar entre o fim de 2024 e o início de 2025. Modelos como o elétrico Dolphin, o híbrido Song Plus e o SUV elétrico Yuan Plus já foram confirmados.

Já a GWM vai se instalar em Iracemápolis (SP), antiga 'casa' da Mercedes-Benz. A produção começa em meados de 2024. Entre os modelos que já estão confirmados estão a picape Poer e o SUV Haval H6. A ideia é fabricar oito modelos no Brasil e ter apenas dois importados.