A ideia de ter um automóvel 100% nacional - desenvolvido e produzido no país, por uma empresa brasileira - não é novo, mas sempre pareceu distante. Ao longo da história, principalmente nas décadas de 1970 e 1980, chegaram a existir alguns modelos assim, mas quase todos de nicho, como esportivos ou jipes de fabricação artesanal: apenas a Gurgel chegou a produzir, por curto período, veículos urbanos com tais características. Agora, porém, o Grupo Caoa anunciou que pretende colocar esse plano em prática.
Durante um encontro com jornalistas, Carlos Alberto Oliveira Andrade Filho, CEO do Grupo Caoa, revelou que a empresa pretende desenvolver e produzir um carro inédito, totalmente nacional, que terá marca própria. Para arcar com os custos desse projeto, a companhia deverá abrir o próprio capital na B3, a bolsa de valores brasileira.
Assim o Grupo Caoa será o primeiro do setor automobilístico a ser listado no mercado de ações. Atualmente, todas as operações da empresa no país têm capital fechado. Essas informações foram reveladas em primeira mão pelo site Automotive Business. Trata-se da materialização do sonho deCarlos Alberto de Oliveira Andrade, morto em 2021, que criou a empresa edeu a ela as próprias iniciais.
Ainda de acordo com o executivo, as características desse veículo inédito ainda não foram definidas: pode ser tanto um automóvel quanto um comercial leve. Porém, caso a empresa opte pela primeira opção, possivelmente o modelo será um SUV ou uma picape, uma vez que esses são os segmentos com maior demanda de mercado atualmente.
Tampouco existem informações sobre o tipo de propulsão, que pode ser totalmente a combustão, 100% elétrico ou híbrido. Porém, novamente, a tendência do mercado aponta para um modelo híbrido, capaz de consumir etanol.
O plano do Grupo Caoa é produzir esse novo veículo na unidade industrial de Anápolis (GO). De acordo com O CEO da empresa, a abertura dos papéis na bolsa de valores permitirá uma rápida adaptação da planta ao tal carro 100% nacional:
"“O que falta não é o capital financeiro, mas tempo para desenvolver o veículo. Temos que comprar equipamentos, como prensas, e adotar novas tecnologias na fábrica da Anápolis”"
por Carlos Alberto de Oliveira Andrade Filho, CEO do Grupo Caoa
Carro nacional não mudará outros negócios da Caoa
Vale lembrar que o Grupo Caoa detém 50% das operações marca Chery no Brasil, importa e monta veículos da Hyundai e também representa a japonesa Subaru. De acordo com a agência AutoData, a criação da nova marca e da respectiva gama de produtos não afetará as parcerias com essas multinacionais.
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