É no mínimo curioso pensar que uma marca especializada em pneus, a Michelin, esteja também fortemente inserida no setor gastronômico. As estrelas Michelin indicam os melhores restaurantes do mundo, e por isso, os chefs de cozinha almejam conquistá-las para seus estabelecimentos. Mas nem sempre foi assim, pois a história por trás da famosa premiação começou com um objetivo muito diferente.
No fim dos anos 1890, os irmãos Andre e Edouard Michelin já eram visionários em suas invenções no setor automotivo. Tinham a patente para pneu removível, inventaram o pneu de automóvel e até se inseriram no setor ferroviário.
Uma de suas criações mais emblemáticas foi o Guia Michelin, que, a partir de 1899, visava ajudar motoristas em suas viagens de carro. A ideia era que fossem reunidas em um só guia informações relevantes acerca de dicas para quem viaja com automóvel. Mas não só, também trazia recomendações de hotéis e restaurantes na França para que os viajantes pudessem conhecê-los. Assim, eles fariam desvios de rota para visitar os locais recomendados e, consequentemente, a Michelin aumentaria as vendas de pneus.
Tinham como ideal propagar a marca no mercado automotivo que estava em ascensão, e, até então, contava com somente três mil automóveis no país. Por isso, até 1920, os Guias Michelin foram distribuídos de forma gratuita, o que mudou quando um dos irmãos viu seus “Guias Vermelhos” sendo utilizados como sustentação para uma bancada de trabalho.
Começaram a ser comercializados e a ter maior influência no ramo de recomendação de restaurantes. Assim, os clientes secretos, hoje conhecidos como “inspetores de restaurantes”, avaliavam os estabelecimentos anonimamente. Isso evoluiu a tal ponto que a hierarquia de uma a três estrelas começou a ser adotada e os chefs de cozinha de alta gastronomia têm como objetivo serem premiados com o reconhecimento Michelin. Atualmente, são avaliados pelo Guia mais de 30 mil estabelecimentos, em 28 países.
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