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MERCADO

Carro usado com alta quilometragem: bom negócio ou mico?

Veículos mais rodados podem, sim, ser interessantes, mas isso depende de alguns fatores

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São vários os fatores que podem tornar vantajosa (ou não) a compra de determinado carro usado
São vários os fatores que podem tornar vantajosa (ou não) a compra de determinado carro usado Foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A Press

O mercado de seminovos está aquecido. Dados da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave) apontam uma alta de 13,97% nesse segmento entre os meses de janeiro de 2023 (quando 673.674 automóveis foram comercializados) e deste ano (no qual o total chegou a 767.776). Isso, porque o carro usado é bem mais acessível que um similar zero-quilômetro.

Mas, e se o carro usado pretendido estiver muito rodado? Ele ainda pode ser um bom negócio ou seria melhor evitá-lo? Primeiramente, cabe destacar que a alta quilometragem costuma gerar reflexos no preço do produto: de modo geral, quanto mais rodado é o veículo, mais baixo é o preço. 

Paulo Roberto Garbossa, consultor da ADK Automotive, explica que o valor de compra desses veículos é mais baixo justamente porque eles tendem a precisar de mais manutenção. "Quando um carro já foi muito usado, há possibilidade maior de ocorrerem defeitos, justamente porque as peças já estão desgastadas", explica. 

Porém, o especialista pondera que isso não faz, necessariamente, que os veículos muito rodados sejam más opções de compra: tudo vai depender da manutenção que eles tiveram. 

""Se tiver um bom histórico, com notas fiscais dos serviços já feitos ou os carimbos das revisões (no manual do proprietário), um carro usado mais rodado pode ser um bom negócio.""
por Paulo Roberto Garbossa, consultor da ADK Automotive

Boris Feldman já comentou sobre a importância da manutenção para um carro usado: assista ao vídeo!

Outra dica do consultor da ADK é procurar modelos comuns, que têm muita disponibilidade peças e manutenção mais fácil. Isso, porque tais veículos vão gerar despesas menores caso necessitem de algum reparo inesperado. Por outro lado, um carro usado de luxo, mesmo que bem mantido, tende a dar um prejuízo bem maior nesse tipo de situação. 

Carro usado: alta quilometragem é um fator entre vários outros

Leonardo Furtado, superintendente do Auto Shopping Internacional Guarulhos, na Região Metropolitana de São Paulo (SP), tem opinião parecida. “Quanto mais informações a pessoa tiver do veículo, melhor. O histórico é fundamental na hora de tomar a decisão final," opina.  

Além do mais, o especialista cita outra variável: o tipo de uso. Um carro que foi usado, majoritariamente, em estradas, por exemplo, pode marcar uma quilometragem mais alta no hodômetro, mas estar em melhores condições que um similar menos rodado. Isso, porque a utilização em centros urbanos pode abreviar a vida útil de alguns componentes, como a embreagem.

E, ainda sobre quilometragem, há outro fator que os compradores devem levar em consideração: a adulteração de hodômetros. Graças a essa prática desonesta, um carro usado que, aparentemente, tem quilometragem mais baixa pode, na verdade, ter rodado bastante. Tanto Garbossa quanto Furtado advertem que golpes do gênero são comuns e exigem máxima atenção.

O superintendente do Auto Shopping Internacional Guarulhos aconselha que os interessados questionem bastante o lojista ou o proprietário do veículo sobre o histórico e as condições de uso. Se for o caso, possível é submeter o carro usado a uma análise por scanner, ou ainda contratar um especialista para fazer uma vistoria.