No último dia 5, a Toyota anunciou investimentos massivos no Brasil, que totalizam R$ 11 bilhões até 2030. Ao mesmo tempo, circula nas redes sociais e em aplicativos de mensagens, como o WhatsApp, postagens dizendo que a multinacional irá fechar uma fábrica no país, responsável pela produção do Corolla sedan. Qual, então, dessas informações está correta?
Para esclarecer a questão, é preciso entender de maneira mais aprofundada a destinação desses investimentos bilionários, que, sim, estão confirmados para o Brasil. A Toyota aplicará todo esse montante na fábrica de Sorocaba (SP), que será ampliada e modernizada: a unidade receberá os primeiros R$ 5 bilhões já até 2026.
Porém, vale lembrar que a Toyota tem uma outra fábrica em território brasileiro, localizada em Indaiatuba (SP). Atualmente, essa unidade industrial produz apenas o Corolla Sedan: todos os demais produtos locais da empresa - Corolla Cross, Yaris hatch e Yaris sedan, além do futuro Yaris Cross, cuja nacionalização está confirmada para 2025 - ficam a cargo da planta de Sorocaba.
Ao anunciar o plano de investimentos no país, a Toyota confirmou a desativação da fábrica de Indaiatuba. Esse processo começará em 2025 e ocorrerá de maneira gradual até 2026. Então, sim, essa unidade será fechada ao longo dos próximos anos. Contudo, não haverá impacto na gama de produtos, já que a produção do Corolla sedan será transferida para Sorocaba.
O ponto chave para entender a questão é que, mesmo com a desativação da fábrica de Indaiatuba, a capacidade instalada da Toyota no país vai aumentar, devido à ampliação da unidade de Sorocaba. Assim, não haverá qualquer tipo de impacto econômico, nem mesmo no quadro de funcionários: a empresa afirma que todos eles serão realocados e, ademais, outros 500 ainda serão contratados, totalizando 2.000 trabalhadores.
História da fábrica da Toyota em Indaiatuba
A fábrica de Indaiatuba foi inaugurada em 1998 e, desde então, sempre produziu o Toyota Corolla, com carroceria do tipo sedan. O único outro modelo proveniente de lá foi a perua Fielder, entre 2004 e 2008. A planta tem ainda o pioneirismo na produção de automóveis híbridos no país: no caso, o Corolla na versão Hybrid, que é produzido no local desde 2019.
Ao longo de 26 anos de atividades, a fábrica já manufaturou mais de 1 milhão de veículos. A Toyota comunicou que “concordou em discutir alternativas para o espaço onde está localizada a unidade fabril” junto à prefeitura de Indaiatuba. O objetivo é buscar soluções para minimizar os impactos provocados pela desativação da produção.
Antes de erguer a fábrica de Indaiatuba, a Toyota tinha outra unidade industrial no país, localizada em São Bernardo do Campo (SP). Inaugurada em 1962, essa unidade produziu, desde aquele ano até 2001, os modelos da gama Bandeirante. A partir de então, a unidade passou a manufaturar unicamente peças e, em 2022, foi desativada, em um esquema semelhante ao que ocorrerá em Indaiatuba: tanto as linhas de produção quanto os empregados foram transferidos para Sorocaba.
Situação oposta à da Ford
A situação, portanto, é radicalmente diferente daquela protagonizada pela Ford, que, em 2021, fechou as fábricas de Taubaté (SP) e de Camaçari (BA), simplesmente retirando Ka e EcoSport de linha e demitindo os funcionários. O mesmo aconteceu na unidade industrial da Troller, em Horizonte (CE), que pertencia à multinacional.
Vale lembrar que, no ano anterior, a empresa já havia fechado outra planta, em São Bernardo do Campo (SP), colocando fim à produção do Fiesta e da gama de caminhões. Tais ações resultaram na extinção de cerca de 10 mil postos de trabalho.
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