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ANIVERSÁRIO

Volkswagen Golf faz 50 anos: conheça a história do hatch

Modelo trilhou longa trajetória, que continua na Europa e teve passagens pelo Brasil

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Do lançamento, em 1974, até os dias atuais, o Golf contabiliza oito gerações
Do lançamento, em 1974, até os dias atuais, o Golf contabiliza oito gerações Foto: Volkswagen/Divulgação

Um carro icônico está completando nada menos que 50 anos em 2023: o Volkswagen Golf. A produção do modelo na fábrica de Wolfsburg, na Alemanha, começou em março de 1974, sendo que, na Europa, a chegada às lojas ocorreu dois meses depois, em maio. Começava ali uma história de sucesso, que perdura até hoje, depois de oito gerações e mais de 35 milhões de exemplares emplacados no mundo inteiro.

A missão do Volkswagen Golf não era fácil: na Europa, ele seria o sucessor do Fusca, que entrava na década de 1970 envelhecido, mas ainda no posto de principal produto do fabricante. Para substituí-lo, o fabricante seguiu por um caminho completamente oposto. No lugar da carroceria arredondada, que abrigava motor a ar posicionado na traseira, bem como a tração, veio um modelo de linhas retas, com propulsor, de arrefecimento a líquido, e tração concentrados na dianteira.

Pequeno por fora, mas espaçoso para os padrões da época, o primeiro Volkswagen Golf tinha 3,70m de comprimento e 2,40m de distância entre eixos. O design, com faróis circulares e largas colunas posteriores, era obra do italiano Giorgetto Giugiaro. O hatch logo se tornou sucesso de público e crítica, superando as vendas do Fusca, que sairia de linha na Alemanha em 1977. Conheça, abaixo, todas as gerações do modelo, incluindo aquelas que não foram comercializadas no Brasil. 

Volkswagen Golf 1 e a icônica versão GTi

Golf GTI da primeira geração, branco, de frente, estacionado, com duna de areia ao fundo
Desde a primeira geração, gama já contava com a versão esportiva GTI Foto: Volkswagen/Divulgação

Para se ter uma ideia do sucesso comercial, a primeira geração atingiu a marca de 500 mil unidades produzidas em 1976, apenas dois anos após o lançamento. Em junho daquele mesmo ano, chegava ao mercado o Volkswagen Golf GTi, então com um motor 1.6 alimentado por um sistema de injeção eletrônica, que desenvolvia 110cv de potência.

Em 1978, o modelo desembarcava nos Estados Unidos, rebatizado de Rabbit e com algumas alterações no design. A gama ganhava a configuração Cabriolet, com carroceria conversível, em março de 1979. Logo depois, em agosto daquele mesmo ano, chegava o Jetta, um sedan baseado no hatch. Em 1982, quando o hatch ainda estava na primeira geração, a produção já atingia a marca de 5 milhões de veículos. 

Volkswagen Golf 2

Volkswagen Golf GL de segunda geração, vermelho, de frente, estacionado em local asfaltado
Apesar de ter sido completamente reprojetada, segunda geração manteve todos os elementos de design do modelo original Foto: Volkswagen/Divulgação

O Volkswagen Golf chegava à segunda geração em 1983. O hatch estava ligeiramente maior, com 3,98m de comprimento e 2,47m de entre-eixos. Apesar de completamente reprojetado, o modelo mantinha todos os elementos de design característicos da safra anterior.

Inicialmente, a versão esportiva GTi extraía 112cv de um motor 1.8, mas adoção de um cabeçote com 16 válvulas em 1985 elevou esse número para 139cv. Porém, a gama teve uma opção ainda mais potente: a Rallye, equipada com um motor 1.8 sobrealimentado por um compressor, que rendia 160cv. 

Além das chamadas multiválvulas, a segunda geração estreou tecnologias como freios ABS, catalisador e até tração integral: nesse caso, na versão Syncro, também lançada em 1985. A produção chegava a 10 milhões de unidades em 1988, sendo que, quando foi substituída, em 1991, a segunda geração já havia somado cerca de 6,3 milhões de exemplares fabricados. 

Volkswagen Golf 3 e chegada ao Brasil

Volkswagen Golf de terceira geração, vermelho metálico, de frente, estacionado em local asfaltado
Golf desembarcou no Brasil quando já estava na terceira geração Foto: Volkswagen/Divulgação

Em agosto de 1991, a Volkswagen lançava a terceira geração do Golf, que abandonava os faróis circulares em prol de componentes ovalados. O entre-eixos de 2,47m foi mantido, mas o comprimento crescia para 4,07m. No mercado europeu, o hatch médio passou a oferecer airbags frontais em todas as versões. 

A versão esportiva GTi passava a ostentar motores 2.0 de 8 ou 16 válvulas, com 118cv e 150cv, respectivamente. Porém, quando o assunto era desempenho, a estrela da gama era a inédita configuração VR6, dotada de um poderoso propulsor 2.8 de seis cilindros, capaz de desenvolver 174cv. 

Somente em 1994, quando estava na terceira geração e somava cerca de 21 anos de idade no mercado mundial, o Volkswagen Golf chegou ao Brasil, via importação. Inicialmente, o modelo desembarcou por aqui na versão GTi, com motor 2.0 de 116cv, mas logo depois vieram as versões GL 1.8, de 90cv, e GLX 2.0, com a mesma potência do esportivo da gama. Uma ou ourtra unidade com carroceria conversível e outras poucas com propulsor VR6 também chegaram ao país. 

Volkswagen Golf 4: do "Sapão" ao 4,5

Com linhas arredondadas e uma carroceria ainda maior, com 2,51 m de entre-eixos e 4,15m de comprimento, o Volkswagen Golf de quarta geração chegou ao mercado global em agosto de 1997. Entre os equipamentos, o modelo passava a oferecer itens dignos dos carros de luxo da época, como faróis de xênon e acionamento automático dos faróis e dos limpadores de para-brisa. 

A versão GTI deu um salto em potência graças à adoção de um motor 1.8 20V turbo, capaz de desenvolver 150cv, número que, em 2001, crescia para 180cv. Porém, a opção mais esportiva da linha passou a ser a R32, equipada com uma unidade VR6 3.2 24V, com nada menos que 241 cv. 

A quarta linhagem do Golf ficou muito conhecida pelos brasileiros: afinal, foi a primeira que a Volkswagen produziu no país, a partir de 1999, na então nova fábrica de São José dos Pinhais (PR). No ano anterior, porém, o modelo já chegava ao mercado local via importação.

No Brasil, existiram, além das motorizações 1.8 turbo, unidades 1.6 e 2.0 de aspiração natural, com potências entre 101cv e 121cv. Houve também um lote de apenas 99 unidades da versão GTI VR6, com motor 2.8 de 200cv, em 2003. O país recebeu ainda o sedan Bora, derivado do hatch, a partir do ano 2000.

Um detalhe curioso (e polêmico) do Volkswagen Golf de quarta geração foi uma reestilização exclusiva para o Brasil e para outros países da América Latina, em 2007. A mudança deixou os faróis e o para-choque com linhas mais retas, que não casavam bem com o restante da carroceria. Enquanto esse modelo "segurou as pontas" por aqui, o similar europeu recebeu uma geração inteiramente nova.

Volkswagen Golf 5

Golf BlueMotion de quinta geração, prata, de frente, em movimento em rodovia
Brasil não recebeu o Golf de quinta geração Foto: Volkswagen/Divulgação

Seguindo uma tendência que já vinha ocorrendo nas gerações anteriores, o Volkswagen Golf cresceu mais um pouco na quinta geração, chegando aos 2,58m de entre-eixos e aos 4,20m de comprimento. Pela primeira vez, o hatch médio trazia suspensão traseira independente, do tipo multibraço, e direção elétrica. Na Europa, o lançamento ocorreu já em 2003. 

O esportivo GTI chegava ao mercado em 2004, com motor 2.0 turbo de 200cv e câmbio automatizado de dupla embreagem. O R32 veio um ano mais tarde, ainda com a unidade 3.2 VR6, mas com potência ampliada para 250cv.

Se, por um lado, a Volkswagen não trouxe o Golf de quinta geração ao Brasil, por outro o derivado Jetta, nas carrocerias sedan e perua (Variant) chegou ao país importado do México, a partir de 2006. O motor era um 2.5 de cinco cilindros, inicialmente com 150cv, mas já no ano seguinte a potência crescia para 170cv.      

Volkswagen Golf 6

Volkswagen Golf de sexta geração, prata, de frente, estacionado dento de ambiente fechado e amplo
Reestilização acabou ficando conhecida como sexta geração Foto: Volkswagen/Divulgação

Eis a linhagem que apresentou menos mudanças em relação à antecessora. Isso, porque o Golf não foi inteiramente reprojetado: na verdade, a Volkswagen apenas reestilizou o modelo, alterando a frente e a traseira, porém mantendo toda a seção central da carroceria. Assim, não se trata, tecnicamente, de uma nova geração, mas o caso é que tanto o fabricante quanto o mercado adotam tal designação. Essa novidades vieram em 2008.

De qualquer modo, o hatch ganhou novidades também no interior, com um painel reprojetado. Entre os equipamentos, a gama recebeu airbags para os joelhos do motorista, mas, por outro lado, as versões de entrada perderam a suspensão traseira independente, que retrocedeu ao eixo de torção. Ao menos o motor 2.0 turbo do esportivo GTI chegou aos 210cv. O mercado brasileiro recebeu apenas a perua dessa safra, com o nome de Jetta Variant.  

Volkswagen Golf 7 e retorno ao Brasil

 Volkswagen Golf GTI de sétima geração, branco, em movimento em estrada sinuosa
Sétima geração marcou o retorno da linha Golf ao mercado brasileiro Foto: Volkswagen/Divulgação

Em setembro de 2012, quando a produção global já havia atingido a marca de 29,3 milhões de unidades, o Volkswagen Golf ganhou, de fato, uma nova geração. Era a maior até então, com 4,25m de comprimento e 2,64m de entre-eixos. Apesar disso, o peso diminuiu em cerca de 100kg, graças à adoção da plataforma MQB.    

O GTI mantinha o motor 2.0 turbo, que agora atingia 220cv, associado ao câmbio de dupla embreagem e seis marchas. Por sua vez, o Golf R também era movido por uma unidade 2.0 turbo: nesse caso, porém a potência chegava a 300cv, e havia também sistema de tração integral.

 A sétima geração marcou o retorno do Volkswagen Golf ao Brasil, em 2013, após um hiato de quase três anos, já que a linhagem conhecida como 4,5 havia deixado o mercado em 2010. Inicialmente importado, o modelo passou a ser fabricado em São José dos Pinhais (PR) em 2015. No mercado local, existiram opções de motores 1.0, 1.4 e 2.0 (no GTI), todos turbocarregado, além de um 1.6 de aspiração natural.

Desde o relançamento até a despedida do mercado, em 2020, a versão GTI sempre compôs a gama: a partir de 2018, o esportivo passou a entregar 230cv. A Volkswagen chegou também a importar a perua Variant, agora com a identidade do Golf, do México. Já no último ano de mercado, um lote com apenas 99 unidades da versão híbrida GTE desembarcou no país. 

Volkswagen Golf 8

Golf GTE de oitava geração, branco, de frente, estacionado em foto de estúdio
Gama atual manteve a versão esportiva GTE na Europa Foto: Volkswagen/Divulgação

A oitava e atual geração do Volkswagen Golf estreou na Europa em 2020, com um design mais ousado que o das safras anteriores, graças ao faróis espichados: a carroceria, contudo, mantém as proporções gerais e as características colunas C bastante largas. As dimensões, claro, aumentaram, atingindo 4,28m de comprimento e 2,63m de entre-eixos.

Entre as tecnologias, o modelo ganhou vários sistemas semiautônomos de assistência à direção, além de conectividade com a plataforma Amazon Alexa. Sob o capô, há opções de motorizações híbridas dos tipos leve, de 48V, e plug-in.

A versão esportiva GTI está mais potente do que nunca: são 244cv extraídos do já tradicional motor 2.0 turbo. Associado a ele, há um câmbio automatizado de dupla embreagem e sete marchas. O Golf R também ganhou potência, chegando a 356cv.  

Quais são as perspectivas no futuro?

A Volkswagen já está desenvolvendo uma nova linhagem do Golf, que tem previsão para chegar ao mercado europeu em 2028. A maior novidade da futura nova geração será a um sistema de propulsão totalmente elétrico, que dará início a uma fase decisiva para o hatch. Afinal, ele precisará se adaptar à rigorosa legislação ambiental em vigor por lá, a ainda continuar vendendo bem, para seguir em produção depois disso.