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Chevrolet Spin 2025: como é dirigir o monovolume com jeito de SUV?

Apesar das novidades, comportamento dinâmico pouco mudou; interior ficou mais sofisticado, mas ainda deve determinados itens

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Com a reestilização, carroceria ficou tomada por vincos
Com a reestilização, carroceria ficou tomada por vincos Foto: Divulgação

A reestilização que maca a linha 2025 do Spin teve, entre outros objetivos, o de deixar o monovolume com mais cara de SUV, segmento que caiu no gosto dos consumidores nos últimos tempos: quem diz isso é a própria Chevrolet, que agora usa o termo crossover para definir o modelo. Esse propósito foi, ao menos em parte, alcançado, já que a impressão geral é de maior imponência visual.

O resultado geral, porém, parece menos harmonioso do que antes. O Chevrolet Spin nunca foi unanimidade quanto ao design, mas a dianteira e a traseira, justamente as seções que passaram por mais mudanças, ficaram demasiadamente vincadas e recortadas no modelo 2025. Gosto é algo extremamente pessoal, é verdade. Quanto ao interior, contudo, não há como discordar que o modelo evoluiu.

 Chevrolet Spin 2025: modelo ganhou reestilização.
Modelo tem 4,42m de comprimento, 1,77m de largura e 2,62m de entre-eixos Foto: Alexandre Carneiro/EM

Acabamento do Chevrolet Spin 2025

O novo painel, que integra a central multimídia, de 11 polegadas, à tela dos instrumentos, com 11 polegadas, transmite modernidade. E o acabamento também evoluiu, com a introdução de apliques metalizados e de emborrachamento em porta-objetos no painel e no console central, para que as miudezas não causem ruídos com o veículo em movimento.

Não espere, porém, por um habitáculo luxuoso. Afinal, o material mais abundante a bordo ainda é o plástico duro, o que não chega a fugir do padrão na faixa de preço do Chevrolet Spin, que, na linha 2025, vai de R$ 119.990 (na versão LT com câmbio manual e cinco lugares) a R$ 144.990 (na Premier automática de sete lugares).

 Chevrolet Spin 2025: modelo ganhou reestilização.
Novo painel tem central multimídia de 11 polegadas conjugada com quadro de instrumento digital de 11 polegadas Foto: Alexandre Carneiro/EM/D.A Press

No banco traseiro, os passageiros ganharam duas saídas de ar-condicionado dedicadas, acompanhadas de entradas USB. As forrações das quatro portas ganharam um nicho para celulares, mas as traseiras, incoerentemente, perderam o acolchoamento, que permanece apenas nas dianteiras. O útil trilho corrediço para movimentar os bancos centrais e compartilhar melhor o espaço com os ocupantes da terceira fileira, felizmente, permaneceu.

Por falar em terceira fileira, ela segue sendo a mais desconfortável do modelo, seguindo uma tendência comum na maioria dos automóveis de sete lugares. Justiça seja feita, o Chevrolet Spin 2025 é espaçoso em relação às dimensões externas, que são relativamente contidas: o modelo tem 4,42m de comprimento, 1,77m de largura e 2,62m de entre-eixos.

 Chevrolet Spin 2025: modelo ganhou reestilização.
Com a terceira fileira de bancos, o porta-malas tem 553 litros de volume; mas, se ela estiver em uso, a capacidade cai para 162 litros Foto: Alexandre Carneiro/EM

O porta-malas permanece enorme, com 553 litros, quando há a terceira fileira de bancos, mas , se ela estiver em uso, a capacidade cai para 162 litros. O compartimento funciona na base do "tudo ou nada", já que o banco extra continua inteiriço: se houvessem dois assentos individuais ali, seria possível aumentar a área para a bagagem quanto o carro estivesse transportando seis pessoas.

Ao volante

De acordo com a Chevrolet, os bancos do Spin 2025 ganharam espumas com diferentes densidades, para melhorar o conforto. O do motorista, porém, manteve o incômodo sistema de regulagem de altura que movimenta só o assento, e não a estrutura inteira.

Outra bola fora é a coluna de direção ajustável apenas em distância: não foi dessa vez que o condutor recebeu também um mecanismo telescópico. Já passou de hora de o modelo ter esses dispositivos. Ao menos o volante, que passou a ser igual ao de Onix e Tracker, tem boa pegada.

 Chevrolet Spin 2025: modelo ganhou reestilização.
Coluna de direção é ajustável apenas em distância Foto: Alexandre Carneiro/EM

Em movimento, apesar das mudanças na eletrônica do motor e da discreta elevação na suspensão, o Chevrolet Spin pouco mudou na linha 2025. A boa oferta de torque, característica mais que conhecida no motor 1.8, capaz de desenvolver 17,7kgfm com etanol já a 2.600 rpm com etanol, proporciona agilidade em arrancadas e retomadas.

Em alta rotação, porém, o propulsor perde rendimento e faz o motorista lembrar que a potência não passa de 111cv, também com etanol. Outra particularidade dessa unidade 1.8 é o funcionamento um tanto áspero em alta rotação, algo que fica ainda mais evidente devido ao isolamento acústico deficiente. Porém, o motor está bem-casado com o câmbio automático, que faz trocas em momentos oportunos. As operações sequenciais ainda são feitas por botões na alavanca.

Já a suspensão continua com calibração firme, que prejudica um pouco o conforto de marcha em pisos irregulares, mas consegue conter a rolagem da carroceria em curvas. Apesar da carroceria elevada e do aumento da altura em relação ao solo, a estabilidade continua boa. E a direção, elétrica, é direta e tem efeito regressivo mais que satisfatório.

Outros pontos positivos são os auxílios eletrônicos ao motorista, entre os quais alertas de mudança de faixa, de ponto cego e de colisão com frenagem automática. Mesmo se nada disso adiantar, agora o modelo tem seis airbags, sendo que os de cortina se estendem até a terceira fileira de assentos. No fim das contas, não há dúvida tanto que que o Chevrolet Spin evoluiu, sim, na linha 2025, quanto que, ainda assim, tais avanços poderiam ter ido além.

*De Ibiúna (SP)

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