O preço sempre foi um dos principais problemas dos carros elétricos no mercado brasileiro, não que não existam outros. Mas é bem verdade que algumas montadoras têm investido para tentar mudar essa história, lançando no mercado modelos com preços mais acessíveis. Entre preços promocionais e os valores estabelecidos nas tabelas dos fabricantes, tudo pode mudar de um mês para o outro, mas o certo é que, atualmente, é possível comprar um carro elétrico no Brasil por cerca de R$ 116 mil.
E no Estúdio VRUM desta semana, os jornalistas Enio Greco e Alexandre Carneiro conversam sobre os carros elétricos de entrada no mercado brasileiro, analisando os preços, potência, autonomia e a logística de se ter um veículo desse segmento na garagem. O assunto veio à tona logo após o lançamento do BYD Dolphin Mini, modelo que prometia chegar ao mercado com preço inferior aos R$ 100 mil.
Poucos dias antes do lançamento, algumas mídias especializadas chegaram a cravar que o BYD Dolphin Mini seria lançado com preço promocional de R$ 89.990. Mas, na prática, não foi bem isso que aconteceu. O modelo que ingressou no segmento de carros elétricos de entrada do mercado brasileiro foi lançado com preço de R$ 115.800. Só não foi considerado o elétrico mais barato do Brasil porque, na mesma semana, a Renault ofereceu o Kwid E-Tech pelo preço promocional de R$ 99.990, quando na verdade o valor de tabela do modelo é R$ 139.990.
Se o preço promocional do Renault Kwid E-Tech for desconsiderado, o BYD Dolphin Mini passa a ser a opção mais barata do segmento de carros elétricos de entrada. O modelo tem potência de 75cv e autonomia de 280 quilômetros (PBEV). Logo depois dele, aparece o Chery iCar, por R$ 119.990, com potência de 61cv e autonomia de 197 quilômetros.
O terceiro lugar em preço do segmento de carros elétricos fica com o JAC EJS-1, que custa R$ 126.900, e traz motor de 62cv e autonomia de 161 quilômetros. O Renault Kwid E-Tech é o modelo seguinte, com preço de R$ 139.990, motor de 65cv e autonomia de 185 quilômetros.
Depois disso, os preços dos carros elétricos de entrada começam a subir um pouco mais, chegando aos R$ 150 mil do GWM Ora 03, modelo que tem motor mais potente, 171cv, e autonomia de 232 quilômetros. Já o BYD Dolphin Plus EV começou a descolar do segmento dos carros elétricos de entrada, pois seu preço subiu de R$ 149.800 para R$ 179.800. O modelo tem motor de 204 cv de potência e autonomia de 330 quilômetros.
Nota-se que os preços de alguns carros elétricos de entrada se aproximaram muito dos preços de modelos a combustão de diferentes segmentos, o que leva muitos consumidores a ficarem em dúvida na hora da compra. Mas é importante saber que não basta comprar um carro elétrico e levá-lo para casa. Esse tipo de veículo exige uma logística diferente que nem sempre está disponível para todos.
Se a pessoa mora em casa, fica mais fácil instalar um carregador tipo WallBox, que facilita a recarga da bateria do carro elétrico. Mas para quem mora em prédios que não foram projetados para ter os carregadores, a logística é um pouco mais complicada, pois exige a aprovação do condomínio para a instalação do equipamento. E caso seja aprovada, não se pode esquecer do custo do equipamento e da instalação.
O carro elétrico é uma verdadeira evolução da indústria automotiva, mas em países como o Brasil ele ainda está distante de se tornar um veículo de massa. O alto custo das baterias, o valor dos modelos disponíveis e a infraestrutura ainda precária para a recarga das baterias nas estradas criam dificuldades para que o segmento de carros elétricos cresça mais rapidamente. Para alguns, eles são boa alternativa no trânsito urbano, como segundo carro da família. Por enquanto, o modelo eletrificado mais apropriado para o mercado brasileiro é mesmo o híbrido flex movido a etanol.
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