Muito se fala sobre a redução dos níveis de CO² no ar que respiramos e a meta do carbono zero, que por vezes parece tão difícil de ser alcançada. As soluções para se chegar a uma mobilidade menos agressiva ao meio ambiente, com meios de transporte ecologicamente corretos, invariavelmente passam pelos veículos híbridos e elétricos, que já são uma realidade no mundo.

Mas ainda são opções distantes para a maior parte da população mundial, que não tem acesso aos meios de transportes mais eficientes por questões financeiras ou por ignorar os riscos implícitos no uso contínuo e indiscriminado dos combustíveis fósseis.

Quem trocaria um carro a combustão, que é utilizado diariamente por apenas uma pessoa em seus deslocamentos, por um meio de transporte coletivo público movido por fonte de energia limpa? Pergunta difícil de ser respondida, visto que, para muitos, abrir mão do carro a combustão é quase impossível, e são poucos os lugares no mundo em que o transporte público está em acordo com as normas de emissões.

Como dizer para o cidadão que precisa do carro para trabalhar, que tira dele o sustento da família, que veículo a combustão que não está de acordo com as normas de emissões deve ser retirado de circulação? Para muitos essa situação ainda é complicada, pois é difícil substituir o carro que polui por outro movido por fonte de energia limpa.

Além disso, muitas das grandes cidades pelo mundo apresentam deficiência no sistema de transporte público, em muitos casos, ineficiente e com veículos que contribuem para aumentar a emissão de poluentes. Uma combinação que só agrava a situação.

Perspectivas para o futuro

Diante desse cenário, a YoyGov, empresa global de pesquisa on-line que oferece informações sobre o que o mundo pensa, divulgou resultados de um estudo que mede o desejo por mudanças nos hábitos de mobilidade dos entrevistados em cinco países: Brasil, França, Índia, Marrocos, Estados Unidos. Os resultados da pesquisa foram apresentados no segundo Freedom of Mobility Forum.

A pesquisa foi realizada em janeiro deste ano, quando foram entrevistadas 5.095 pessoas (cerca de mil por país, representando a população nacional com mais de 18 anos). O estudo chegou às seguintes conclusões:

1 – Um em cada quatro cidadãos globais não está pronto para fazer escolhas de transporte ecologicamente corretas. Isso é particularmente notável nos EUA, onde mais da metade dos entrevistados nas zonas rurais afirmaram não estarem preparados para a mudança;

2 - Embora três em cada quatro indivíduos estejam se preparando para opções mais ecológicas, menos de 10% já fizeram mudanças profundas, sinalizando que estamos apenas começando a acelerar para mudanças maiores no futuro;

3 - Seis em cada 10 cidadãos estão dispostos a abandonar o transporte em que há “apenas um motorista”. Mas o entusiasmo varia dependendo do local, com Índia, Brasil e Marrocos liderando o caminho. Isso se compara a 50% ou menos de disposição nos mercados mais consolidados – um fator que cai para 28% nas áreas rurais dos EUA, onde o transporte coletivo pode estar menos disponível.

4 - Quem está liderando esta revolução “verde”? Percebe-se que está nas mãos de legisladores e cidadãos, com as empresas logo depois, exceto nos EUA;

5 - Não negligencie o poder das novas gerações! Um em cada quatro cidadãos globais acredita que detém a chave para um futuro verde, com um número significativo de 40% na Índia acreditando que pode liderar a mudança.

“Embora os jovens provavelmente sejam influentes na promoção de mudanças para transportes mais ecológicos, as suas ações ainda não são significativamente mais tangíveis do que o resto da população”, afirmou Alexandre Devineau, General Manager da YouGov. “As suas escolhas – e a dinâmica resultante delas – terão uma forte influência nos desafios de transporte que precisarão ser enfrentados em todo o mundo”.

O Freedom of Mobility Forum foi concebido pela Stellantis como um evento aberto para o público saber como a sociedade enfrenta os desafios de mobilidade do futuro. “É um encontro internacional de apaixonados solucionadores de problemas comprometidos com discussões baseadas em fatos que desafiam o status quo, expandem perspectivas e identificam a melhor forma de permitir liberdade de mobilidade acessível e sustentável para uma sociedade que enfrenta as implicações do aquecimento global”.

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