Classificar o Toyota Corolla Cross como "novo" é um certo exagero, já que as mudanças são discretas e poderiam ter ido além. Ainda assim, as alterações se traduzem como evoluções. A começar pela aparência: durante o evento de apresentação do SUV à imprensa, alguns jornalistas desaprovaram o novo estilo da dianteira, que, em vez de uma grade tradicional, traz vários furinhos em formato hexagonal. Este que vos fala, particularmente, gostou do resultado, mais original e ousado do que antes.
A Toyota, porém, poderia ter aproveitado a chegada do novo visual frontal para corrigir o ponto mais controvertido do design do Corolla Cross: o silencioso do escapamento muito aparente sob a carroceria. Para disfarçá-lo, o fabricante segue apenas aplicando uma pintura preta. Teria sido melhor adotar um componente paralelo ao para-choque traseiro, como já ocorre em outros países do mundo.
No interior, porém, o novo Toyota Corolla Cross trouxe uma evolução esperada: o freio de estacionamento com comando elétrico. Esse item substitui o incômodo sistema com acionamento por pedal, que era outro ponto fraco do SUV. Outras novidades bem-vindas são os instrumentos agrupados em uma tela de 12,3 polegadas no painel e um carregador de celular por indução, disponíveis a partir da versão XRE.
No mais, há novas padronagens para os revestimentos, que mantêm o bom nível de acabamento, com emborrachamento no painel e nas portas. Cabe destacar ainda que o habitáculo é espaçoso, inclusive no banco traseiro, onde dois adultos se acomodam com bastante conforto. Ali, há ainda duas saídas dedicadas de ar-condicionado.
Como é dirigir o novo Toyota Corolla Cross?
Mecanicamente, não há dada de novo no Toyota Corolla Cross 2025. O fabricante não recalibrou a suspensão nem a direção. Os conjuntos mecânicos são os mesmos de antes: híbrido flex, com dois motores elétricos e um 1.8 de ciclo Atkinson; e puramente a combustão, nesse caso com um propulsor 2.0 flex. Esse último, aliás, até passou por alterações, para se adequar à fase L8 do Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos Automotores (Proconve), que entra em vigor no próximo mês de janeiro.
Consequentemente, perdeu potência e torque: passou, com etanol, de 177cv e 21,4kgfm para 175cv e 20,8kgfm. Já o conjunto flex manteve os 122cv de potência combinada. Ambas as motorizações são associadas a câmbios automáticos do tipo CVT, mas, com a mecânica 100% a combustão, a caixa simula 10 marchas e permite trocas sequenciais.
O percurso de test drive organizado pela Toyota para que os jornalistas tivessem contato com o novo Corolla Cross foi bem curto, de apenas 11km, mas ao menos foi possível dirigir veículos com os dois tipos de motorização, sempre na versão XRX. Nela, há ajustes elétricos para o banco do motorista, além de coluna de direção regulável tanto em altura quanto em profundidade.
Desempenho é melhor nas versões a combustão
Apesar das limitações do trajeto, é nítido que as versões 100% a combustão entregam desempenho bem melhor que as híbridas. Isso, aliás, não surpreende, em virtude nos maiores números de potência e torque. Com o motor 2.0, o SUV acelera e retoma velocidade sem dificuldade, enquanto o conjunto eletrificado demonstra certa letargia nessas situações. O cambio com simulação de marchas e paddle-shifts no volante também contribui para tornar a dirigibilidade mais interativa no modelo a combustão.
O conjunto de suspensão tem calibragem macia, de modo a privilegiar o conforto. Apesar disso, foi possível sentir com clareza algumas imperfeições do piso, em um pequeno trecho de terra batida que compôs o test-drive. Isso se deve aos pneus de perfil baixo da versão XRX, que vêm com as rodas de aro 18, e também da suspensão traseira por eixo de torção.
No segmento de SUvs médios, era de se esperar por um sistema multilink, que permite um rodar mais confortável e, ao mesmo tempo, seguro. Esse tipo de arquitetura está presente em todos os concorrentes diretos, incluindo Honda ZR-V, Volkswagen Taos e Jeep Compass. Ainda assim, sem nada de novo mecanicamente, o Toyota Corolla Cross demonstrou boa estabilidade em curvas, para um veículo de altura elevada.
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