O mercado de carros 100% elétricos passa por um momento de crescimento no Brasil. No primeiro trimestre de 2024, as vendas desses modelos subiram nada menos que 39% em relação ao mesmo período do ano passado, de acordo com a Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE). O curioso é que o país vive uma situação oposta à do restante do mundo, onde a aceitação dos automóveis "verdes" está estagnada ou até mesmo em queda.
Nos países da União Europeia, durante o mesmo período, as vendas totais de carros elétricos até cresceram discretamente, em um percentual de 3,8%. Porém, o mercado como um todo, que inclui também os modelos híbridos e a combustão, avançou 4,4%, de modo que a participação dos automóveis elétricos nas vendas diminuiu de 12,1% para 12%: o cenário, portanto, é de estagnação.
Por outro lado, apesar dos avanços, os carros elétricos ainda respondem por uma parcela muito pequena nas vendas totais do Brasil. Segundo o levantamento da ABVE, mesmo somados os emplacamentos de todo o segmento de veículos eletrificados, que incluem também os modelos híbridos, a participação no mercado foi de apenas 7,5% entre os últimos meses de janeiro e março.
A penetração limitada, aliás, ajuda a explicar o momento de crescimento dos carros elétricos no Brasil. É que o desafio de crescer em um mercado ainda pouco explorado é menor que o de avançar em segmentos já dão alguns sinais de saturação. Para se ter uma ideia, no primeiro trimestre de 2023, os eletrificados respondiam somente por cerca de 3% das vendas totais de automóveis no país.
Em vez de elétricos, fabricantes apostam em híbridos no Brasil
Apesar da alta na demanda por carros puramente elétricos, as empresas instaladas no Brasil vêm apostando que os híbridos, equipados também um motor a combustão, é que dominarão o mercado. Entre as multinacionais que já confirmaram a produção desse tipo de veículo no país, estão Honda, Hyundai, GWM, Chevrolet, Volkswagen e Grupo Stellantis, detentor das marcas Fiat, Peugeot, Citroën, Jeep e Ram. Vale lembrar que a Toyota já fabrica modelos híbridos em território nacional.
A única que confirmou a nacionalização de carros 100% elétricos foi a BYD, que, porém, também fabricará híbridos. Outras empresas, como GWM e o Grupo Stellantis, anunciaram que avaliam a possibilidade de produzir modelos desse gênero no país, mas ainda não bateram o martelo.
O motivo para a aposta nos híbridos baseia-se em dois pilares: custo de produção e infraestrutura. É que a bateria dos carros totalmente elétricos onera bastante o valor final do produto, gerando reflexos diretos para os consumidores. Ademais, o Brasil tem um amplo território, que representa um enorme desafio para a implantação de uma rede de recarga eficiente.
- Acompanhe o VRUM também no YouTube e no Dailymotion!