Apesar de a BYD já ter planos para sua primeira fábrica na Hungria, com produção prevista para começar no início de 2026, outro país da Europa está de braços abertos para receber a marca chinesa.
A França se diz aberta para receber a fábrica da BYD, caso a empresa decida abrir uma no país. Quem fez a afirmação foi Bruno Le Maire, ministro das Finanças do país. Ele destacou também que a França acolhe os projetos industriais e mencionou a fábrica da Toyota como exemplo do ambiente favorável para investimentos estrangeiros.
Essa declaração ocorreu durante a visita do presidente chinês Xi Jinping a Paris, na primeira vez em cinco anos que ele esteve na Europa. A visita aconteceu em meio a tensões comerciais crescentes e preocupações de que a China pudesse inundar a Europa com seus veículos elétricos baratos.
A busca por investimentos chineses na indústria automotiva europeia está em alta. Isso se dá em meio às discussões da União Europeia sobre a possibilidade de aumentar a tarifa de importação de veículos chineses para um nível punitivo, além de uma investigação sobre subsídios para carros elétricos chineses que poderia resultar em novas tarifas já agora, em julho.
Além da BYD, outras montadoras chinesas estão explorando oportunidades de produção na Europa, como a Chery Auto, que está de olho em uma das antigas fábricas da Nissan em Barcelona. Já a Leapmotor considera usar uma das fábricas da Stellantis na Europa, visto que o grupo detém 21% da empresa.
Interesse da China por novos mercados
Expandir sua produção de veículos elétricos na Europa é um dos principais interesses da China ao abrir uma fábrica na Europa, mas também busca fazer amigos por meio de parcerias estratégicas e garantir que seus produtos estejam sempre disponíveis.
A BYD, por exemplo, é boa em fazer carros elétricos e baterias. Ao estabelecer uma presença de fabricação na Europa, a empresa busca atender à demanda local e consolidar sua posição como líder no mercado global de veículos elétricos.
Isso não só facilita para os chineses venderem mais na Europa, mas também os coloca mais perto dos clientes. A presença física é importante, porque proporciona uma vantagem competitiva em termos de tempo de entrega e serviço pós-venda, ou seja, eventuais problemas que possam surgir e a eficiência e rapidez para resolvê-los.
Com a crescente demanda por veículos eletrificados no mercado europeu (e no mundo) e as pressões regulatórias para reduzir as emissões de carbono, as montadoras chinesas veem na Europa não apenas um mercado lucrativo, mas também uma oportunidade de colaborar com empresas locais e fortalecer sua presença global.
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