Cerca de 47 mil carros de diversas marcas estão parados em portos de todo o país, segundo a Anfavea, aguardando a liberação da licença de importação. A paralisação está ocorrendo devido à greve no Ibama.
O Instituto alega que está dentro dos prazos para a autorização ambiental, sendo o tempo médio para análise das licenças de 20 dias corridos após o registro dos lotes, o que está abaixo do prazo legal previsto na Portaria Secex n°249/2023, que é de 60 dias.
Mas a situação se agrava devido ao embarque antecipado dos veículos pelas fabricantes, sem a autorização de venda prévia, contribuindo para o acúmulo nos portos. As empresas são orientadas a trazer mercadorias ao país somente após o deferimento da licença de importação.
O mercado já está registrando oscilações nas vendas de modelos importados por causa da greve no Ibama. O Volkswagen Taos, por exemplo, produzido na Argentina, teve uma queda significativa de emplacamentos desde o início de 2024. A Volkswagen confirma que a quantidade de veículos parados nos portos brasileiros vem aumentando e que está sendo fortemente impactada pela greve.
Outro modelo afetado é a Fiat Titano, produzida no Uruguai, que está enfrentando atrasos na chegada aos estoques das concessionárias. A Stellantis, proprietária das marcas Fiat, Jeep, Ram, Peugeot e Citroën, informou que está aguardando a liberação dos documentos para iniciar as vendas no país.
Além disso, outras montadoras, como a BMW, relatam enfrentar demoras no deferimento de licenças, enquanto a Toyota monitora os impactos, mas não divulgou mais detalhes sobre o assunto.
Greve do Ibama já dura quatro meses
Reivindicando melhores planos de carreira, aumentos salariais e melhorias nas condições de trabalho, os trabalhadores do Ibama já estão há quatro meses em greve.
Além do setor automotivo, a greve no Ibama afeta empresas dos ramos de energia, óleo e gás, pois o órgão também é responsável por emitir licenças ambientais para a construção de novos empreendimentos.
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