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Prejuízo

Confira quantos veículos foram perdidos nas enchentes do RS

Além do número de carros perdidos nas enchentes do Rio Grande do Sul ser assustador, consultoria especializada no setor automotivo estima que apenas 30% dessa frota esteja segurada

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Vista aérea mostra o estacionamento do Aeroporto Internacional Salgado Filho inundado, na cidade de Porto Alegre
Vista aérea mostra o estacionamento do Aeroporto Internacional Salgado Filho inundado, na cidade de Porto Alegre Foto: Anselmo Cunha/AFP

A chuva ainda ameaça o Rio Grande do Sul, enquanto nas áreas em que a água escoou, para além do drama humano, o prejuizo material começa a ser contabilizado. Uma fatia significativa desse dano envolve os carros atingidos pelas enchentes.

A Bright Consulting, consultoria especializada no setor automotivo, estima que 200 mil carros foram perdidos nas enchentes de maio que assolaram o Rio Grande do Sul. De acordo com dados do Sindipeças, a frota daquele estado é de 2,8 milhões de veículos. De acordo com Cassio Pagliarini, analista da Bright, é razoável considerar que 5% a 10% desses veículos estejam inutilizados.

Fábricas de veículos do Rio Grande do Sul foram afetadas

Em sua análise, serão necessários pelo menos 20 meses de vendas para repor a frota perdida. Isso em um cenário onde 3 mil veículos novos estocados nas concessionárias serão totalmente inutilizados pela inundação que atingiu o Rio Grande do Sul.

Quanto à planta da Chevrolet de Gravataí – que não sofreu danos pela enchente, mas teve a logística de recebimento de material e para despacho de produtos comprometida –, a Bright estima uma perda de 50% da produção mensal, algo em torno de 15 mil veículos.

O Rio Grande do Sul concentra muitos fornecedores de freios e implementos rodoviários para caminhões e ônibus. Os impactos das enchentes também podem provocar 50% de perda da produção nacional desses setores, cerca de 6 mil caminhões e ônibus de todas as marcas.

Carros atingidos pelas enchentes no Rio Grande do Sul.
Bairro de São José, em Lajeado RS), coberto de lama após as enchentes Foto: Nelson ALMEIDA / AFP

Distribuição também foi afetada pelas enchentes

Outro ponto que preocupa é que a comercialização de veículos foi drasticamente prejudicada pelas enchentes no Rio Grande do Sul. A redução se explica tanto pela impossibilidade de operação das concessionárias alagadas quanto pela perda de poder aquisitivo da população atingida.

O estado do Sul é responsável pela distribuição de 5% das vendas nacionais, ou 10 mil veículos por mês em números redondos. “O emplacamento caiu a zero a partir do dia 7 de maio, provavelmente por danos no processamento de dados do estado, afinal nem todas as cidades sofreram inundações”, disse o analista da Bright.

Considerando as cidades do Rio Grande do Sul que ficaram alagadas, a estimativa da Bright é de que aproximadamente 60% das vendas deixarão de acontecer nos próximos 30 dias e 30% nos dois meses seguintes, o que corresponde a 12 mil veículos que deixarão de ser comercializados

Apenas 30% dos carros atingidos pela enchente têm seguro

Para piorar, a minoria dos carros atingidos pelas enchentes do Rio Grande do Sul possuem seguro. Na estimativa da Bright, 30% desses veículos, cerca de 60 mil unidades, contam com seguro “para mitigar as perdas e ajudar na recuperação, se seus proprietários não tiverem que usar esses mesmos recursos para custear despesas mais urgentes, como a reconstrução das casas e cidades. Estarão as empresas de seguro preparadas para compor essa indenização?”, indagou Pagliarini.