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Fábrica que produz o Toyota Corolla fará carros chineses?

Unidade Industrial localizada em Indaiatuba (SP) parece se encaixar perfeitamente nos planos da Neta

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Fábrica da Toyota em Indaiatuba (SP) produz o Corolla sedan desde 1998
Fábrica da Toyota em Indaiatuba (SP) produz o Corolla sedan desde 1998 Foto: Toyota/Divulgação

Nesta terça-feira, a Neta anunciou que montará veículos no Brasil em sistema CKD (sigla de completely knocked down), no qual todas as peças são importadas. Na ocasião, o diretor de marketing e produto da empresa no Brasil, Henrique Sampaio, declarou que há preferência por uma unidade industrial já estabelecida, uma vez que erguer os imóveis a partir do zero demandaria mais tempo. Isso indica que os carros chineses da marca poderão ser produzidos em uma fábrica em Indaiatuba (SP) que, atualmente, está nas mãos da Toyota. 

Durante o anúncio, os executivos da Neta não confirmaram informação alguma sobre a futura fábrica. A empresa afirma que a implantação ainda está em fase de estudos, embora o executivo tenha admitido que há preferência pela Região Sudeste. Porém, o caso é que a única fábrica de carros que estará disponível para negociação no país é justamente a da Toyota em Indaiatuba (SP), cuja localização se encaixa perfeitamente nos planos dos chineses.

Por que a Toyota vai desativar a fábrica paulista? 

Nesse ponto, vale lembrar que a Toyota confirmou o fim das atividades na fábrica de Indaiatuba (SP), que fornece o sedan Corolla, no último mês de março, quando anunciou investimentos de R$ 11 bilhões para o país. Esse montante será aplicado em outra unidade industrial, instalada em Sorocaba (SP), que será ampliada e fará com que a capacidade produtiva da empresa seja até maior que a atual.

Toyota Corolla 2022
Na gama nacional da Toyota, o Corolla sedan é o único produzido em Indaiatuba (SP) Foto: Toyota / Divulgação

Na semana passada, a multinacional fechou um acordo com os trabalhadores da planta a ser desativada. Com a expensão, a linha de produção do Corolla sedan será transferida para Sorocaba (SP). Lá, já são manufaturados o SUV Corolla Cross e a gama Yaris. Ainda neste ano, a unidade também será responsável pelo fornecimento de um novo SUV compacto: o Yaris Cross

Outro ponto que contribui para permitir essa transação diz respeito aos prazos. É que a Toyota pretende desativar totalmente a fábrica de Indaiatuba (SP) até o ano de 2025. Durante esse período, ocorrerão as obras de expansão do complexo de Sorocaba. Por sua vez, os chineses da Neta afirmaram que pretendem iniciar as operações industriais no país entre o fim de 2025 e o início de 2026. 

Quais carros chineses a Neta produzirá no Brasil?

A Neta sequer confirmou com quais produtos começará as operações no país: informou apenas que importará, inicialmente, três carros, todos chineses, cujos lançamentos ocorrerão de maneira simultânea. Um deles deverá ser o cupê GT, que já foi mostrado à imprensa brasileira. Porém, parece difícil que ele seja nacionalizado, uma vez que tem proposta mais sofisticada e, assim, deverá alcançar volumes de vendas mais baixos. 

Um bom palpite de veículo a ser nacionalizado pela Neta é o Aya, um compacto de proposta mais acessível. Esse modelo tem proposta semelhante à do BYD Dolphin, do qual poderia ser concorrente direto. Na China, existem dois tipos de motorização, ambas 100% elétricas: a de entrada tem 54cv de potência, 11,2kgfm de torque e 318km de autonomia no ciclo local CLTC. A top de linha entrega 95cv, 15,3 kgfm e 401km de alcance. 

O presidente assistente e vice-presidente executivo do departamento de overseas da Neta, Wilson Sun, afirma que os planos para o Brasil são sustentáveis e de longo prazo. É justamente por isso que o planejamento da empresa visa uma fábrica local, que poderá ser a da Toyota em Indaiatuba (SP). Vale acompanhar o desenrolar dessa história até a confirmação do local de produção dos carros chineses da marca.

Neta Aya branco de lateral em movimento com construção histórica ao fundo
Aya tem proposta mais acessível e, consequentemente, maiores chances de atingir grande volume de vendas: assim, é um candidato natural à nacionalização Foto: Neta/Divulgação